Dedico este artigo a JOÃO BOSCO CASCARDO DE GOUVÊA, trabalhador por um mundo melhor.
É natural a divergência de opiniões entre as pessoas. Uma mesma situação costuma ser avaliada por diferentes pessoas de formas diversas. Há quem a entenda excelente e há quem a entenda ruim.
Quanto à época que vivemos comparo-a à adolescência, quando não somos mais crianças e nem chegamos a ingressar no mundo adulto. Muitas dúvidas nos assaltam devido às mudanças orgânicas e ficamos sem compreender muito bem as transformações que nos acometem.
É uma mutação que está se realizando, tal como na transição da lagarta para a borboleta.
Neste início de século, depois de muitas tentativas de acertar, aprendemos que as guerras não são a solução para os problemas internacionais; a pobreza dos povos mais carentes provoca violência e represálias contra os países ricos; a desigualdade social é a principal causa da criminalidade infantil, adolescente e adulta; a corrupção é o pior dos males dos governos; a egoísmo das pessoas em geral traz como consequência a infelicidade coletiva; a solução dos problemas sociais não está na edição de novas leis, mas sim no diálogo entre os cidadãos; a Natureza deve ser bem tratada, sob pena de inviabilizarmos nossa própria vida.
Não importa o nome que se dê a essa conscientização, quer ela tenha o rótulo de alguma corrente religiosa, filosófica ou política ou não. O que importa é reconhecermos que estamos todos no mesmo barco, a Arca de Noé, e que, se ele afundar, morremos todos, seres humanos, animais e vegetais.
Precisamos entender que a regra geral na Natureza não é a competição, pregada por CHARLES DARWIN, mas sim a colaboração, detectada sabiamente por JEAN-BAPTISTE LAMARCK.
A tecnologia tem de ser usada para facilitar a vida humana sem onerar a Natureza e sempre com finalidades construtivas.
A energia atômica deve ser aproveitada para o Bem e nunca para a destruição.
A Ciência não deve mais usada pelos empresários como instrumento para explorar o povo.
Os intelectuais precisam desvestir-se da sua vaidade e se debruçarem sobre as questões realmente importantes para as coletividades.
O povo deverá ter maior acesso à Cultura, que ainda é cara e elitista.
Homens e mulheres devem se igualar em direitos e deveres, sem nenhuma forma de discriminação ou preconceito.
Brancos, negros, índios e amarelos devem se miscinegar como forma de se igualarem em definitivo, como sonhava DARCY RIBEIRO.
Sobretudo, devemos ser otimistas e trabalhar de todas as formas possíveis para melhorar o mundo, começando por nossa própria melhoria interior, com ou sem religiosidade.
Autor: Luiz Guilherme Marques - Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora - MG.