O ex-estudante de Direito, Frederico Costa Flores de Carvalho, apontado como líder do "Bando da Degola", vai a júri popular nesta quinta-feira (12). O julgamento marcado para começar às 8h30, no salão do 2º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, será presidido pelo juiz Glauco Eduardo Soares Fernandes.

Flores, que está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, é acusado de envolvimento na execução e decapitação dos empresários Fabiano Ferreira Moura, de 36 anos, e Rayder Santos Rodrigues, de 39. O crime ocorreu em abril de 2010, no bairro Sion, região Centro-Sul da capital. Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), se condenado, o acusado poderá responder por homicídio qualificado, sequestro e cárcere privado, extorsão, ocultação de cadáver e formação de quadrilha.

A denúncia desses crimes foi feita pelo Ministério Público, representado por Francisco de Assis Santiago, promotor que também denunciou os integrantes da torcida organizada Galoucura na morte do estudante cruzeirense Otávio Fernandes. Além dele, outra figura conhecida em julgamentos de crimes considerados polêmicos, que participará do julgamento, é o advogado de defesa de Flores, Ércio Quaresma. O advogado foi um dos defensores do goleiro Bruno Fernandes, condenado por matar a amante Eliza Samudio.

Ainda segundo o TJMG, a decisão que determinou o julgamento do ex-estudante de Direito pelo júri popular foi publicada em setembro de 2009, depois que a Justiça considerou suficientes os indícios de autoria para mandar o réu a julgamento. No ano seguinte, em outubro, a defesa de Flores instaurou um incidente de insanidade mental, suspendendo o andamento da ação penal. Em meados de 2011, o laudo pericial foi concluído: Flores foi considerado semi-imputável, podendo ser parcialmente responsabilizado por cometer crimes.

Outros envolvidos

Dois réus envolvidos no "Bando da Degola" já foram condenados: o ex-policial Renato Mozart, a 59 anos de reclusão, em dezembro de 2011, e o estudante Arlindo Soares Lobo, a 30 anos de reclusão, em julho deste ano, ambos por homicídio qualificado, extorsão, destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilha. Os processos deles foram remetidos ao TJMG para julgamento de recurso.

Os outros acusados, o policial André Luiz Bartolomeu da Silva, o pastor evangélico Sidney Eduardo Beijamin e a médica Gabriela Corrêa Ferreira da Costa, além de outras duas pessoas, ainda serão julgados, mas seus processos foram remetidos ao TJMG para julgamento de recursos.

Fonte: Hoje em Dia