Três dos oito réus acusados de mandar matar três auditores fiscais do Trabalho e um motorista na zona rural de Unaí, no Noroeste de Minas, serão julgados na próxima terça-feira (27), na sede da Justiça Federal, em Belo Horizonte. O crime, que chegou a repercutir mundialmente, ocorreu em 28 de janeiro de 2004. Emboscados enquanto faziam uma fiscalização de rotina na zona rural da cidade, localizada a cerca de 500 quilômetros de Belo Horizonte, os auditores Erastótenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva e o motorista Ailton Pereira de Oliveira foram mortos a tiros.

Segundo o Tribunal, na primeira sessão serão julgados os réus Rogério Alan Rocha Rios, William Gomes de Miranda e Erinaldo de Vasconcelos Silva (vulgo "Júnior"), pelos crimes de homicídio qualificado e formação de quadrilha. Erinaldo também será julgado pelo crime de receptação. Eles se encontram presos.

Conforme informações do juiz titular da 9ª Vara Federal, Murilo Fernandes de Almeida, os acusados Norberto Mânica, Antério Mânica, Humberto Ribeiro dos Santos, Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Castro, deverão ser julgados até o dia 27 de setembro deste ano. O réu Francisco Elder Pinheiro faleceu em janeiro de 2013.

Desde o ano passado, Antério Mânica tenta protelar seu julgamento. Pediu a transferência do júri popular de Belo Horizonte para Unaí. Pelas mãos da juíza Raquel Vasconcellos, da 9ª Vara Federal, obteve êxito. No entanto, o Superior Tribunal de Justiça discordou da magistrada, ao analisar questionamento do Ministério Público Federal (MPF), e determinou que o julgamento voltasse a ser realizado em Belo Horizonte.

O MPF alegou que “no município de Unaí não haveria a isenção necessária para o julgamento dos acusados, em razão do suposto domínio econômico e político exercido por estes”. Antério Mânica é um dos mais bem-sucedidos produtores de feijão do país.
Fonte: Hoje em Dia