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Alunos de Belo Horizonte recebem projeto Justiça vai à Escola
13/10/2014 14h31 - Atualizado em 09/05/2018 16h03
O projeto “Justiça vai à Escola – chega de violência doméstica”, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), visitou nesta sexta-feira, 10 de outubro, a Escola Estadual Maurício Murgel, localizada no bairro Nova Suíssa, na região oeste de Belo Horizonte. Cinco turmas do 2º e 3º anos do ensino médio, reunindo alunos com idades entre 15 e 18 anos, participaram da atividade, que contou com palestra da juíza Simone Saraiva de Abreu, secretária-executiva da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv) e juíza auxiliar da Corregedoria.
Na conversa com os alunos, a magistrada abordou a Lei Maria da Penha. “Expliquei a eles sobre as inovações que essa lei trouxe, tanto para punir o agressor quanto para cuidar da vítima”, disse. Além disso, a juíza falou aos jovens sobre as medidas protetivas e os orientou no sentido de ficarem atentos aos indícios de um relacionamento violento e de tentarem criar relações afetivas saudáveis.
“Foi uma experiência muito positiva. É importante conscientizar esses adolescentes sobre a questão da violência contra a mulher, para quebrar esse ciclo de violência, impedindo que esses meninos se tornem agressores e que essas meninas se tornem vítimas”, ressaltou a magistrada.
Além da palestra, os alunos assistiram, entusiasmados, a uma peça do grupo de teatro A Torto e a Direito, que integra o programa Polos de Cidadania, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). No estilo do teatro mamulengo, o grupo apresentou para os presentes o relacionamento de um casal em que a mulher é vítima de violência de seu companheiro, até que, com o apoio de uma amiga, resolve denunciá-lo.
Caráter preventivo
Para a diretora da escola, Sônia Marinho Amaral de Resende, o projeto “Justiça vai à Escola” possui um caráter inédito e de grande relevância, em especial por permitir que o Judiciário mineiro esteja mais próximo dos jovens, por meio de uma ação de caráter preventivo. “Os adolescentes acham que a Justiça só existe quando há um problema a ser resolvido, quando alguém faz algo errado. É interessante quando o Judiciário se aproxima desses meninos e dessas meninas para levar a prevenção a atos de violência”, disse.
No que se refere ao tema da palestra, a diretora da escola observou que frequentemente as pessoas pensam que a violência contra a mulher se restringe a espancamentos. “As agressões físicas só acontecem quando a falta de respeito dentro de um relacionamento chegou a tal ponto que não há mais volta. Conversar com os jovens sobre isso é uma forma de alertá-los para o fato de que muitas vezes a violência, no início, é verbal, começa ainda no namoro e é preciso freá-la. Iniciativas como essas são importantes também porque os adolescentes podem levar o que discutiram aqui para a família e para o entorno deles”, acrescentou.
O projeto
O projeto “Justiça vai à Escola – chega de violência doméstica” foi lançado em agosto deste ano pela Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv), que tem à frente a desembargadora Evangelina Castilho Duarte. A coordenadoria foi criada em 2011 para assessorar a Presidência, a 2ª Vice-Presidência e a Corregedoria-Geral de Justiça nos temas que envolvem a mulher em situação de violência doméstica e familiar. A primeira escola a ser contemplada com o projeto foi a escola estadual Coração Eucarístico, do bairro Vera Cruz. Outras sete escolas devem participar da atividade até o final de 2014.
Fonte: TJMG
Foto: Marcelo Albert/TJMG