Dois convênios assinados nesta quarta-feira, 2, pelo presidente da Amagis, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, marcam a participação da Associação na valorização da cultura e da história da magistratura em Minas Gerais e no Brasil.
Assinatura dos convênios foi realizada na sede do TJMG
Um deles prevê reedição atualizada de quatro romances do magistrado e escritor Godofredo Rangel. Serão republicadas as seguintes obras: "Vida Ociosa", "Falange Gloriosa", "Os Bem-Casados" e "A Filha". O trabalho será feito em conjunto pela Amagis, Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), por meio da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef), e Academia Mineira de Letras.
Já o segundo acordo assinado hoje possibilitará a reedição da obra “Memórias do juiz mais antigo do Brasil”, do magistrado e escritor Hermenegildo de Barros, mineiro de Januária, que presidiu o TJMG e o STF. Para este trabalho, foi assinado convênio entre a Amagis e o TJMG, por meio da Ejef.
Durante a assinatura dos convênios, o juiz Luiz Carlos Rezende e Santos falou sobre a alegria em poder contribuir com o desenvolvimento de ideias e o fomento da cultura, ao lado da Escola Judicial, que, segundo o presidente, tem papel de suma importância na formação de magistrados e servidores. “A Associação dos Magistrados tem todo o interesse no desenvolvimento e participação em ideias como estas, já que tem ao seu redor magistrados da ativa, inativa e familiares de associados que comungam e convivem com esse tipo de cultura. Esta é uma oportunidade de agregar essas pessoas. A vencedora de tudo isso será, sobretudo, a sociedade, uma vez que teremos uma oportunidade de oferecer mais cidadania e, assim, sermos melhores ouvintes para o futuro”, disse Luiz Carlos.
Godofredo Rangel
Durante o evento, o presidente da Amagis fez um agradecimento ao desembargador Alberto Diniz, ex-presidente da Associação, pela oportunidade de poder dar continuidade ao trabalho de reedição das obras de Godofredo Rangel. O início das tratativas para o acordo aconteceu na gestão do desembargador Alberto Diniz. Para Luiz Carlos, Godofredo Rangel é um autor que merece destaque no cenário literário nacional. “Por isso, é uma alegria imensa participar dessa celebração”, afirmou o presidente destacando o trabalho do juiz Jorge Paulo dos Santos, ex-vice-presidente Sociocultural-Esportivo da Amagis, na gestão anterior, profundo conhecedor da obra de Godofredo Rangel e que escreveu sobre ele na mais recente edição da Revista MagisCultura (Nº24) Leia aqui.
Alberto Diniz cumprimentou a todos os presentes e falou sobre o orgulho que sente em abraçar o projeto, juntamente com a Ejef e a Academia Mineira de Letras. “Somos a substância dos nossos sonhos, e são os sonhos que nos movem. A Amagis sempre teve esse sonho acalentado de prestigiar e apoiar trabalhos como estes que são tão prazerosos de fazer, como as obras dos grandes magistrados e juristas que passaram pela casa da Magistratura e que nos deixaram obras maravilhosas, como a de Godofredo Rangel”, afirmou o ex-presidente da Amagis.
Para o 2º vice-presidente do TJMG e superintendente da Ejef, desembargador Tiago Pinto, o dia foi de comemoração. “A publicação das obras de Godofredo Rangel é um sonho da Magistratura. Em sua gestão na Amagis, o desembargador Alberto Diniz inaugurou uma galeria de retratos de juízes e desembargadores que se dedicaram à literatura. Vamos levar Godofredo Rangel a essa galeria. É preciso que essa memória não se apague, porque ela traz, além do registro histórico e cultural, o sentimento de preservação e conhecimento”, destacou o desembargador.
O presidente da Academia Mineira de Letras (AML), Rogério Tavares, falou sobre sua gratidão ao Judiciário de Minas Gerais pelo gesto de aproximação em relação à Academia. “Esse gesto faz com que a parceria saia do mundo dos sonhos e comece a habitar o mundo dos fatos”, disse. De acordo com ele, a assinatura do convênio traz à luz o grande escritor Godofredo Rangel, que foi vítima de sua própria discrição. “Agora, ele reassume a centralidade do palco da literatura de Minas Gerais”, afirmou Rogério Tavares. De acordo com Rogério Tavares, a Amagis é uma instituição representativa da Magistratura mineira, que valoriza a educação, a cultura e as artes.
O professor, escritor e membro da AML, Márcio Sampaio, guardião da obra de Godofredo Rangel, revelou que a reedição é um sonho acalentado por ele e por toda a família durante muito tempo. “Tentamos muitas vezes reeditar os romances e contos de Godofredo, porém as editoras frequentemente se interessavam mais pelas cartas que ele trocou com Monteiro Lobato. Queremos mostrar a obra de Godofredo Rangel para além dessa correspondência com Lobato e, agora, graças à Academia Mineira de Letras, à Amagis e ao Tribunal, por meio da Ejef, isso será possível”, afirmou Sampaio, cuja esposa, Eliana Rangel, é neta de Godofredo Rangel. Godofredo Rangel
Godofredo Rangel nasceu em Carmo de Minas (MG) e realizou grande parte de sua obra em Carmo de Minas (na mesma região). Ingressou na Magistratura em 1909 e foi juiz nas Comarcas de Machado, Santa Rita do Sapucaí, Estrela de Minas, Três Pontas, Passos e Lavras. Além disso, foi um grande tradutor, tendo traduzido mais de 70 obras, e escrito diversos romances, contos e poemas.
Hermenegildo de Barros
Hermenegildo Rodrigues de Barros nasceu em Januária e foi um grande jurista brasileiro, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e ex-presidente do Tribunal da Relação de Minas Gerais, atual TJMG, e terá sua memória preservada pelo convênio assinado entre a Amagis e o TJMG, por meio da Ejef. Vozes Poéticas Durante o evento, também foi assinado acordo entre a Ejef e a Academia Mineira de Letras para uma nova temporada do projeto ‘Vozes Poéticas’, com o objetivo de valorizar a produção poética mineira, resgatando o inestimável legado de autores que honraram as melhores tradições literárias do estado. Em sua primeira temporada, o projeto veiculou, todo mês, em formato podcast, vinte textos de cada poeta, selecionados por curadores indicados pela Academia Mineira de Letras. Ouça aqui.
Também participaram da solenidade de assinatura dos convênios o primeiro vice-presidente do TJMG, desembargador José Flávio de Almeida; o corregedor-geral de Justiça de Minas Gerais, desembargador Agostinho Gomes de Azevedo; a superintendente adjunta da Ejef, desembargadora Mariangela Meyer; e o vice-presidente Sociocultural-Esportivo da Amagis, desembargador Maurício Pinto Ferreira.