Dando sequência às comemorações dos 70 anos da Amagis, completados nesta terça-feira, 21 de outubro, a Associação promoveu uma solenidade especial na Comarca de Varginha, no sul de Minas, demonstrando a relevância histórica da região na consolidação da Amagis como instituição de defesa das prerrogativas da magistratura mineira. A solenidade aconteceu no Tribunal do Júri do Fórum Doutor Antônio Pinto de Oliveira, cujo edifício passou a denominar-se, nesta data, “Desembargador Reynaldo Ximenes Carneiro”, em homenagem ao ex-presidente da Amagis falecido em 2023.

A região sul de Minas teve papel essencial no engrandecimento e legitimidade da Associação. No final dos anos de 1960, os juízes da região passaram a se encontrar regularmente para discutir as necessidades de melhorias da classe, o que deu origem à Associação de Juízes do Sul de Minas. Posteriormente, no início dos anos de 1970, houve a incorporação com a Amagis, fortalecendo ainda mais a Associação.


Em seu discurso, a presidente da Amagis, juíza Rosimere Couto, falou sobre a força e importância da união dos magistrados e magistradas que atuam no sul de Minas para que a Associação ganhasse pungência e unidade a partir do associativismo regional. “Essa foi a primeira conquista da Amagis, a união da classe, do interior com a capital, da primeira instância com a segunda instância, dos magistrados em exercício com os aposentados e pensionistas. De lá para cá, a luta pela valorização da Magistratura mineira e de sua importância social transformou-se em bandeira histórica do associativismo e sempre esteve presente nesses 70 anos. Desde quando iniciou sua trajetória, a Associação dos Magistrados Mineiros se amparou na união do interior com a capital e ganhou expressão nacional.”


A presidente destacou que, desde sua fundação, a Amagis tem como bandeira a luta pela valorização da Magistratura mineira e de sua importância social e afirmou que a Associação é um canal de diálogo e defesa contra campanhas de desconstrução promovidas por forças de poder econômico e crime organizado.


A presidente, primeira mulher eleita em sete décadas de história da Amagis, expressou sua emoção e responsabilidade, atribuindo a conquista ao trabalho daqueles que a precederam. “Hoje, tenho a honra de estar à frente da Associação como a primeira mulher eleita em sete décadas de história. Esse é um marco que me emociona, mas que também me confere responsabilidade. Essa conquista representa a evolução, a maturidade e o avanço da nossa instituição. Cheguei até aqui porque muitos antes de mim abriram essas portas, pavimentaram as estradas e acreditaram na força transformadora da união dos magistrados e magistradas de Minas”, disse a presidente Rosimere.


O diretor da seccional da Amagis de Varginha, juiz Antônio Carlos Parreira, ressaltou o papel da Associação como pilar da magistratura mineira desde sua fundação. “Desde seus primeiros passos, a Amagis dedicou-se a construir pontes, abrir caminhos e ocupar, com altivez, o espaço que a Magistratura dignamente merece nos debates públicos e institucionais”.  

Ele finalizou falando que a Amagis é o amparo silencioso na dificuldade, o escudo nas horas de injusta incompreensão, a voz ponderada nos momentos de turbulência e o ambiente fraterno. “A nós, magistrados e magistradas, cabe reconhecer e agradecer. Agradecer às diretorias que já passaram, aos ex-presidentes que dedicaram seus dias – e muitas vezes suas noites – à causa associativa, e agradecer à atual Direção, que segue guiando a Amagis com firmeza, sensibilidade e visão de futuro.”


O diretor do Foro de Varginha, juiz Maurício Navarro Bandeira de Mello, destacou o papel fundamental da Amagis na garantia da independência funcional dos magistrados. “Recebo todos aqui com grande alegria e os cumprimento, em nome da nossa presidente, doutora Rose, que tem exercido um papel brilhante à frente dessa Associação tão relevante, não apenas para nós, magistrados, mas para toda a população de Minas Gerais. Um magistrado respaldado, com sua independência assegurada, é aquele que serve bem à sociedade, mantendo a isonomia, a equidade e a equidistância das partes”, afirmou.


O juiz Márcio Vani Bemfica falou em nome dos magistrados aposentados da região e destacou a importância do município na consolidação da Amagis como uma instituição representativa e de defesa das prerrogativas da Magistratura mineira. O juiz ressaltou que a mobilização dos magistrados nas décadas passadas não se limitou à busca por melhores condições de vida. “O principal foi o de uma Magistratura forte, preocupada com a questão social, com as agruras da população, com a verdadeira resolução dos problemas. O objetivo da Magistratura verdadeira há de ser a plenitude da resolução dos problemas.”

Ao encerrar a sua fala, ele fez uma reflexão comparando a Magistratura mineira a um girassol, que sempre se volta para o sol onde estiver. “Assim é a Magistratura mineira que, dessa forma, valoriza os pequenos atos, aprende com os mais humildes e engrandece com os mais ínfimos gestos, com a postura firme das pessoas que a constituem e com a doçura de um coração banhado pelo amor”, refletiu o juiz.


O evento contou com uma palestra do desembargador Luciano Pinto, que teve como tema “Juízes e advogados - notas para uma história de coragem”. O objetivo principal era destacar a importância da coragem, da honestidade e da independência moral e intelectual de juízes e advogados na defesa do direito e da civilidade. Ele usou uma série de histórias e exemplos, tanto históricos quanto pessoais, para ilustrar como esses atributos são essenciais para proteger a lei e a justiça. Em uma sua fala sobre a história da coragem e integridade no cenário jurídico brasileiro, Luciano Pinto mencionou o desembargador Reynaldo Ximenes, que nas palavras dele "tinha uma consciência social que é importante em juiz e advogado".

A solenidade, assim como todos os eventos comemorativos aos 70 anos da Amagis, contou com apoio do Sicoob JUS-MP.


Presenças

A solenidade contou também com a presença do vice-presidente administrativo da Amagis, juiz Jair Francisco dos Santos; da juíza Perla Saliba Brito, diretora-secretária; do diretor de Aposentados, juiz Afonso José de Andrade; do desembargador Nicolau Lupianhes Neto, representando o 2° vice-presidente do TJMG, desembargador Marcos Lincoln dos Santos; do juiz Agnaldo Pereira Rodrigues, diretor financeiro e de negócios do Sicoob JUS-MP, além de magistrados da ativa e aposentados da comarca e de diversas autoridades locais.

Amagis 70 anos

A Amagis foi homenageada pelos seus 70 anos pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) por meio de uma reunião solene realizada nesta segunda-feira, 20 de outubro. Leia mais aqui.

No dia 3 de novembro será realizada, na sede da Amagis, a solenidade comemorativa dos 70 anos. Na ocasião, serão entregues a Medalha Guido de Andrade e a Medalha Comemorativa dos 70 Anos, criada especialmente para marcar esse momento. Leia mais aqui.


Fórum Desembargador Reynaldo Ximenes Carneiro

Mais cedo, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais realizou uma solenidade de denominação do Edifício do Fórum Doutor Antônio Pinto de Oliveira, da Comarca de Varginha, que passa a se chamar "Desembargador Reynaldo Ximenes Carneiro" em homenagem ao magistrado falecido em 2023. A homenagem contou com a presença da viúva do desembargador Reynaldo Ximenes Carneiro, a diretora de Pensionistas da Amagis, Cláudia Periard Carneiro, e os seus filhos Aloysio e Ana Claudia.

Além disso, também foi realizada homenagens aos servidores com 30 Anos de serviço no TJMG, entrega do Certificado do Servidor do Ano e Cerimônia de Assinatura do Ato Normativo de Adesão da Turma Recursal de Varginha à Central de Processos Eletrônicos - Turmas Recursais, CPE-TR.