O papel do Judiciário no combate à violência contra mulher está sendo debatido neste momento, na sede da Amagis, em Belo Horizonte. Participam do evento magistradas, delegada de polícia e deputada estadual que apresentam aos presentes suas experiências profissionais e pessoais pela construção de uma sociedade mais justa.
Na abertura do evento, o desembargador Herbert Carneiro, falou sobre a pesquisa divulgada na última semana pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão do governo, onde a maioria dos entrevistados afirma que mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas. Para Herbert Carneiro, esse é um sinal claro de uma sociedade machista e que precisa repensar e debater seus valores. “Se a sociedade brasileira não tiver esse compromisso permanente com o debate e com a mudança de postura, lamentavelmente ainda vamos deparar com constatações como foi essa recente do Ipea”. De acordo com Herbert Carneiro, é fundamental que o Judiciário e toda a sociedade civil estejam envolvidos no combate à violência contra e mulher e no debate deste tema que diz respeito à dignidade humana e que tem como propósito único a paz social.
A diretora de Comunicação da Amagis, juíza Aldina Soares, destacou a iniciativa da Amagis em propor este debate que, de acordo com ela, reconhece a trajetória e a contribuição das mulheres magistradas no Judiciário. “A crescente participação das mulheres na magistratura e no Poder Judiciário representa também o crescente processo de democratização”, afirmou a magistrada acrescentando que o objetivo de eventos, como este promovido pela Associação, é discutir o papel do Judiciário e da sociedade no combate à violência de gêneros em busca de um mundo mais pacífico, justo e generoso.
Antes do início das palestras, foi exibido um vídeo com uma mensagem da ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, do STF, feito especialmente para o evento desta segunda-feira. No vídeo, a ministra falou sobre a carreira, o trabalho no Judiciário e deixou uma mensagem às mulheres: “Quero deixar a todas as mulheres a necessidade e a força que todas nós temos de ter, de assumir todas as lutas que tem de ser vividas, pensando que isto melhorará a vida de quem vier depois da gente.
Apesar dos pesares, e são muitos os pesares às vezes, vale muito a pena porque somos capazes de construir, junto com os homens, um mundo onde a paz passe exatamente por uma pacificação das relações familiares com respeito integral da sociedade pelas mulheres”, disse a ministra.
Após o evento, será elaborado um documento com as prioridades estabelecidas durante os debates para a realização de uma campanha por pró-equidade de gênero.
A realização do Seminário “O Papel do Judiciário no combate à violência contra a mulher”, que tem o apoio da escola Superior Dom Helder Câmara e do Programa Universitário de Apoio às Relações de Trabalho da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), marca o encerramento das homenagens da Amagis ao Dia Internacional da Mulher.