A Amagis lamenta profundamente o falecimento do jurista Antonio Augusto Cançado Trindade, ocorrido neste domingo, 29/5,em Brasília (DF), aos 74 anos.
O presidente da Associação, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, manifestou seu pesar. “Lamento profundamente, especialmente nestes tempos tão duros de intolerância e violação dos direitos humanos, que o mundo perca um homem da envergadura do professor Cançado Trindade”, declarou o presidente da Amagis.
Cançado Trindade durante homenagem que recebeu da Amagis em 2014
Mineiro de Belo Horizonte, Antonio Augusto Cançado Trindade foi juiz e presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos, membro da Corte Permanente de Arbitragem. Também foi o primeiro brasileiro eleito em dois mandatos pelas Nações Unidas na Corte Internacional de Justiça (‘Corte de Haia’).
Em 2014, o professor Cançado Trindade proferiu palestra promovida pela Amagis, no auditório da Associação, quando falou sobre os direitos humanos no plano internacional. No mesmo ano, ele foi homenageado pela Amagis com a Medalha Guido de Andrade. Na mesma cerimônia, também recebeu a medalha da Associação a ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, do STF.
“Essa cerimônia aqui na Amagis, hoje, para mim é um ato que se reveste de muita satisfação, e tenho certeza que também para a ministra Cármen Lúcia. Primeiro, por indicar que os Tribunais nacionais e internacionais se comunicam e dialogam, particularmente ao ter presente sua missão comum de realização da justiça e, sobretudo, na salvaguarda dos direitos da pessoa humana. E, segundo, por realizar-se em Minas Gerais, em minha cidade natal, Belo Horizonte, declarou o jurista em seu discurso quando recebeu a homenagem da Amagis.
Em 2008, o magistrado já havia sido homenageado pela Associação com uma placa condecorativa, quando participou de evento no TJMG.
Cançado Trindade foi professor de Direito Internacional Público na Universidade de Brasília e no Instituto Rio Branco, entre outras instituições. Foi também membro da Academia de Direito Internacional da Haia e titular do Instituto de Direito Internacional, na Bélgica. Foi precedido em Haia pelos juristas brasileiros Francisco Rezek (1996-2006), José Sette Câmara (1979-1988), Levi Fernandes Carneiro (1951-1955) e José Philadelpho de Barros e Azevedo (1946-1951).
Jurista e figura humana respeitada, Antonio Augusto Cançado Trindade deixa legado a ser seguido de respeito aos direitos humanos, especialmente na aplicação do Direito Internacional.