medalhamesa.jpgA Amagis realizou, na noite desta quarta-feira, 27, mais uma solenidade de outorga da Medalha Desembargador Guido de Andrade, a mais alta honraria da Associação. Os agraciados com a comenda neste ano foram o ex-presidente da República e senador eleito por Minas Gerais, Itamar Franco, o ministro e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Velloso, e o secretário do Governo de Minas, Danilo de Castro.

A honraria, instituída em 2007, é concedida anualmente pela Amagis a representantes dos Três Poderes, com o objetivo de homenagear aqueles que prestaram relevantes serviços à Associação e ao fortalecimento da magistratura.

O orador oficial da cerimônia foi o juiz Gilson Soares Lemes, que destacou, no início de seu discurso, uma passagem do filósofo grego Aristóteles, na qual o pensador diz que “a honra não está em receber títulos, mas em merecê-los”. Em seguida Lemes destacou as trajetórias dos agraciados da noite, ressaltando que os três são dignos e merecedores de homenagem. “Nesta noite de alegria, a Amagis concede a medalha que leva o nome do desembargador Guido de Andrade a homens que, a exemplo do nosso saudoso líder, representam a competência, a honestidade e o trabalho por Minas e pelo Brasil, sempre ao lado da magistratura mineira”, destacou o orador.

O ministro Carlos Velloso falou em nome dos homenageados e lembrou que sempre esteve muito perto da magistratura mineira, declarando estar muito honrado com a homenagem. “Tenho muito orgulho da Justiça de Minas. É um Judiciário sério, responsável e um dos melhores Judiciários do Brasil, se não o melhor. É com muita alegria e satisfação que recebo esta medalha”, afirmou.

O presidente da Amagis, juiz Bruno Terra, destacou em seu discurso o poder do significado da palavra democracia, afirmando dá sentido a uma caminhada que jamais se encerra. Bruno Terra ainda lembrou momentos de relevância na carreira dos homenageados como exemplos de homens públicos. “Este momento é de alegria e regozijo para a magistratura mineira, porque, afinal de contas, a Justiça não se faz sozinha. Ela só se faz quando há harmonia entre todos os poderes e respeito mútuo”, disse o presidente.

Histórico

A Comenda Desembargador Guido de Andrade foi instituída pela Amagis através da portaria normativa nº 1, de 15 de junho de 2007, durante a gestão do ex-presidente Nelson Missias de Morais, sob a coordenação do juiz Marcos Henrique Caldeira Brant, designado secretário do Conselho da Medalha. Neste ano, a leitura da portaria de instituição da comenda foi feita pelo juiz Carlos Frederico Braga da Silva, diretor de Cidadania e Direito Humanos da Amagis.

Compuseram a mesa de honra além do presidente da Amagis, juiz Bruno Terra, os três homenageados, o presidente do TJMG, desembargador Cláudio Costa, o presidente da ALMG, Alberto Pinto Coelho, o secretário de Defesa Social de Minas Gerais, Moacyr Lobato, representando o governador Antonio Anastasia, o presidente do TRE-MG, desembargador Kildare Carvalho, o presidente do Tribunal de Contas de Minas Gerais, Wanderley de Ávila, a defensora pública geral de Minas Gerais, Andréa Tonet, a procuradora geral de justiça de Minas, Maria Odete Pereira, a vice-presidente do TRT-3ª região, Cleube de Freitas, representando o presidente Eduardo Augusto Lobato, e o juiz Rúbio Paulino Coelho, representando o presidente to TJMMG, juiz Jadir Silva.

Guido de Andrade

O desembargador José Guido de Andrade, que dá nome à comenda da Amagis, foi um ícone da magistratura mineira. Sua morte, em 2004, representou uma grande perda para a classe, mas não apagou as boas memórias de suas lutas e conquistas em prol de todo o Poder Judiciário. Formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de Minas Gerais, em 1956.

Foi promotor adjunto na comarca de Ipanema e promotor de justiça na comarca de Ibiraci. Ingressou na magistratura em 1961 e foi juiz das Comarcas de Resende Costa, São Gotardo, Carandaí e Juiz de Fora. Também foi diretor da Amagis na Zona da Mata (2ª Seccional). Em 1979, assumiu a função de juiz em Belo Horizonte e, em 1984, foi promovido a juiz do antigo Tribunal de Alçada. Foi promovido a desembargador em 1988.

Em 1995, foi vice-corregedor-geral de justiça e presidente da Amagis. Em 1997, José Guido foi eleito corregedor-geral de justiça sendo, ainda, 1º vice-presidente do TJMG, em 2001. Também atuou como professor de história e geografia no Colégio São Boaventura, em Andrelândia. Foi professor de Direito Processual Penal na Universidade Federal de Juiz de Fora. Em 1991, foi integrante da Comissão Especial, designada pelo ministro da Justiça, que apresentou sugestões às alterações do Código de Processo Penal. Aposentou-se compulsoriamente em 2002, após 40 anos dedicados à magistratura.

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