A juíza mineira Martha Halfeld é a primeira magistrada brasileira a integrar o Tribunal Administrativo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com sede em Washington (EUA). Halfeld tomou posse no dia 1º de julho e concilia o cargo com o seu trabalho na 3ª Vara do Trabalho de Juiz de Fora (MG), onde é titular.
 
Juíza Martha Halfeld. Crédito: Divulgação
 
 
O Tribunal Administrativo do BID recebe e julga pedidos de funcionários da instituição que alegam que o seu contrato de trabalho ou termos e condições de sua nomeação não estão sendo cumpridos. As decisões são colegiadas, com a participação de todos os juízes do painel na instrução processual.
 
O presidente da Amagis, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, parabenizou a juíza e afirmou que sua presença no Tribunal do BID é motivo de orgulho para o Estado de Minas Gerais e para a Justiça brasileira. "A nomeação da magistrada, mundialmente reconhecida por sua competência e vasto saber jurídico, garante a inclusão de uma perspectiva sólida e especializada nas deliberações e decisões do Tribunal. Além disso, a posse de Martha Halfeld é um grande passo para a promoção da igualdade de gênero em espaços de poder, como defende a Amagis", ressaltou Luiz Carlos Rezende.
 
Martha é a única juíza brasileira de primeiro grau a exercer a função. Antes dela, apenas quatro ministros e um advogado ocuparam este posto: Mozart Victor Russomano, Ildélio Martins, Luiz José Guimarães Falcão, Guilherme Augusto Caputo Bastos e o advogado Pedro Dallari.
 

A magistrada também foi a primeira brasileira a presidir o Tribunal de Apelações da Organização das Nações Unidas (ONU) – a juíza encerrou seu mandato na Corte em julho deste ano. Em dezembro de 2020, Halfeld concedeu entrevista ao programa Pensamento Jurídico, da Amagis, e falou sobre os julgamentos realizados pela Corte e o que representava, para o Judiciário brasileiro, ter uma mulher à frente do Tribunal de Apelações da ONU. Assista aqui.