A Amagis parabeniza a turma do ano de 2009 pelos 14 anos de Magistratura completados neste dia 2 de julho.
Para celebrar a data, o juiz Vítor Luís de Almeida, integrante desta turma, nos encaminhou texto com reflexão sobre a atividade judicante e seus desafios, a trajetória desde a época de formação na Ejef e a jornada profissional nestes 14 anos. Leia no fim desta publicação.
O presidente da Amagis, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, parabenizou os integrantes da turma por suas contribuições ao aprimoramento do Poder Judiciário e a valorização da classe, que dignificam a Magistratura.
Integrantes:
Ana Régia Santos Chagas
Daniel Leite Chaves
Eduardo Monção Nascimento
Raquel Agreli Melo
Rodrigo Braga Ramos
Rodrigo Silva Campos (in memoriam)
Ronan de Oliveira Rocha
Solange Procópio Xavier
Thiago Grazziane Gandra
Vitor Luis de Almeida
Viviane Queiroz da Silveira Cândido
Com a palavra, o juiz Vítor de Almeida:
“Já ouvi dizer, por muitas vezes, que a ‘vida é um sopro’. Apesar do respeito à ideia, prefiro entender que a ‘vida é uma jornada’. Jornada durante a qual acumulamos experiências, vitórias, derrotas, realizações, decepções, mas, sobretudo, alguns momentos especiais, que se tornam motivo de um orgulho imensurável, o qual carregamos ao longo do caminho...
Há quatorze anos, tive um desses momentos especiais. Ingressei na Magistratura, tomando posse como Juiz de Direito no egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais, reconhecido por sua eficiência, idoneidade, aliando a tradição ao vanguardismo, sempre em busca de uma melhor prestação jurisdicional.
Ainda me lembro, com detalhes, daquele dia, no qual, ladeado de amigos e familiares, após enfrentar um longo e concorrido concurso público, atingia aquele que sempre foi meu objetivo profissional primevo – ser um Magistrado. E dividia esse momento sublime com outros 10 aprovados, que se tornaram amigos durante o curso de formação inicial na EJEF. Foi uma honra participar daquela turma, formada por profissionais com experiências pretéritas bem distintas, mas unidos por um objetivo comum – finalizar a preparação técnica, humana e social para assumir, efetivamente o cargo de Juiz de Direito. Aquela turma, carinhosamente apelidada de ‘Trem dos Onze’, em alusão ao seu restrito número de integrantes e à, talvez, coincidência de sermos todos ‘mineiros’.
Logo após aqueles sublimes momentos de felicidade e realização, já fui, assim como meus amigos, agora juízes, destinado a assumir minha lotação inicial, em uma das quase 300 comarcas das Minas Gerais, à época.
Nesses quatorze anos, tive a grata oportunidade de poder atuar como magistrado diretamente em oito comarcas, tendo respondido, temporariamente, por várias outras. Desde as cidades interioranas nas regiões do Vale do Jequitinhonha, do Grande Sertão do Noroeste e do Norte de Minas, até cidades mais populosas do Vale do Aço e Norte de Minas, a jornada na Magistratura mineira proporcionou-me não apenas um crescimento profissional, mas também um grande desenvolvimento pessoal.
Afinal, o desenvolvimento da atividade judicante perante o elevadíssimo número de feitos, aliado aos grandes anseios da sociedade por justiça, não se mostra de fácil proceder.
A Magistratura é um sonho de muitos acadêmicos e profissionais da área jurídica, o qual, na maioria das vezes, mostra-se distante e difícil de ser alcançado. Mas o empenho e a dedicação de anos de estudo para se atingir a aprovação no concurso público são ainda pouco se comparados às renúncias e ao verdadeiro celibato para que se possa tentar efetivamente exercer com honra, profissionalismo, imparcialidade, eficiência e ética a função judicante.
Não obstante, a Magistratura é também bela, encantadora, apaixonante... É uma função estatal que propicia àquele que a exerce contribuir de forma efetiva para a melhoria da sociedade. E isso, por si só, já é a recompensa suficiente...
Os desafios jurídicos, as questões estruturais, a postura e honradez do juiz perante a sociedade foram responsáveis por dificuldades, assim como por grandes realizações. Se, por um lado, a solidão por vezes se impunha, diante da distância da família, por outro, o anseio de otimizar a prestação jurisdicional, por meio de constante qualificação e, especialmente, do trabalho, confortavam o coração. Conforto o qual apenas não cicatriza a ferida da perda de um grande amigo, colega de concurso, de forma inesperada, ainda no primeiro ano de Magistratura. O falecimento do Dr. Rodrigo Silva Campos, no exercício da função por nós todos tão almejada, na primeira comarca de sua lotação, não interrompeu apenas a consecução dos sonhos daquele jovem e brilhante juiz, gerando também uma imensurável dor pela sua perda, a qual, apesar de ainda existir, foi transformada pelo tempo em mais uma ‘força motriz’ para o eficiente empenho da nobre função de julgar, com imparcialidade, eficiência e senso de justiça.
Apesar de perder, prematuramente, um valoroso passageiro, o ‘Trem dos Onze’, continua sua jornada pelas comarcas das Minas Gerais, procurando ainda superar os desafios tantos, mas na certeza de contribuir, dia após dia, para o aprimoramento da função judicante, hoje tão criticada por circunstâncias outras, mas sempre imprescindível para realização da Justiça!
E nesse ínterim, o orgulho de ser Juiz de Direito é o sentimento que move a vida profissional. Afinal, parafraseando Fernando Pessoa, ‘Deus quer, o homem sonha, a obra nasce’...”
A turma de 2009 tomou posse na Presidência do desembargador Sérgio Resende no TJMG, quando o 2º vice-presidente e superintendente da Ejef era o saudoso e eterno presidente da Amagis, desembargador Reynaldo Ximenes.
Leia aqui a notícia da Amagis à época da posse.
Relação de turmas:
A Amagis está compilando todas as turmas da Magistratura mineira. Ajude-nos a eternizar esse registro tão importante. Caso tenha mais informações sobre as turmas, especialmente fotos, datas de posse e lista de integrantes, entre em contato conosco pelo e-mail imprensa@amagis.com.br.
As listas e fotos estão das turmas já compiladas estão disponíveis aqui: https://amagis.com.br/turmas-da-magistratura-mineira