A presidente da Amagis, juíza Rosimere Couto, participou na noite desta segunda-feira, 28/4, da abertura do V Encontro do Colégio de Ouvidorias Judiciais das Mulheres (COJUM), realizado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), por meio da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) e da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar e da Equidade de Gênero, Raça, Diversidade, Condição Física ou Similar (Comsiv), em parceria com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-3).
Em seu pronunciamento, a presidente do Colégio de Ouvidorias Judiciais das Mulheres do TRT 4, desembargadoras Tânia Regina Reckziegel, destacou que a trajetória do COJUM se consolidou através de um compromisso coletivo com a proteção dos direitos das mulheres e com a transformação do Poder Judiciário em um espaço mais justo, acolhedor e sensível às questões de gênero. De acordo com a magistrada, o cenário atual exige de todos uma reflexão com o grande número de casos de feminicídio no país, “Cada vida perdida é uma tragédia que expõe as falhas de nossa sociedade e de nossas instituições. Cada mulher assassinada por sua condição de gênero, representa não apensas uma falha do Estado em proteger, mas sim a ausência do Estado na vida dessas mulheres”, alertou, destacando a necessidade de se reavaliar as práticas e fortalecer os mecanismos, prevenção e acolhimento.
A Ouvidora das Mulheres e Superintendente da Comsiv do TJMG, desembargadora Evangelina Castilho Duarte, representando o presidente do TJMG, desembargador Luiz Carlos de Azevedo Corrêa Junior, falou da dificuldade do exercício escutar o outro. “Ouvir não é uma tarefa fácil. Ouvir é uma tarefa que depende do desprendimento. Nós temos de deixar de nos escutar para escutar o outro, e para escutar nessa nossa missão de defesa da mulher é preciso que deixemos que a pessoa que sofre a violência fale no momento e como ela quiser, quando estiver disposta. Acredito que, ao fim desse evento, nós teremos trabalhado justamente esta escuta ativa, mas também uma escuta solidária, amiga e que vá propiciar mais defesa a essa mulher vítima de violência”, afirmou.
A desembargadora Juliana Campos Horta, membro do Comitê Técnico da Ejef, representou o 2º vice-presidente do TJMG, desembargador Saulo Versiani Penna, e disse que este evento é um marco na luta pela promoção da equidade de gênero, da dignidade da mulher e na construção de um Judiciário mais sensível, inclusivo e atento às vozes femininas.
Durante o evento, ocorreu a posse da nova diretoria do COJUM 2025-2027 e a entrega da Medalha de Ordem do Mérito do COJUM para pessoas que se destacam no fortalecimento das ações institucionais voltadas à promoção da equidade de gênero, ao enfrentamento da violência contra as mulheres e à proteção dos Direitos Humanos.
A presidente do TRT3, desembargadora Denise Alves Horta, observou que essa 5ª edição do CONJUM é um momento quando serão apresentadas políticas de combate à violência contra a mulher e de compartilhamento de ações positivas para que as ouvidorias das mulheres consigam desenvolver sua especialidade no enfrentamento dessa realidade.
A Vice-Corregedora-Geral de Justiça, desembargadora Kárin Liliane Emmerich, disse que o evento é não apenas um espaço de trocas de experiências, mas de afirmação no papel de uma escuta sensível, responsável e acolhedora. “Como uma verdadeira ferramenta de inclusão, de fortalecimento das diversidades e da transformação social”, avaliou.
Após a abertura do evento, foi realizada a palestra inaugural “O papel das Ouvidorias Judiciais na defesa dos direitos das mulheres”, pela presidente do Superior Tribunal Militar (STM), ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, e pela desembargadora federal do TRF4, Salise Sanchotene.