A vice-presidente Administrativa da Amagis, juíza Rosimere das Graças do Couto, e a juíza Roberta Chaves Soares, diretora da Coordenadoria Amagis Mulheres, prestigiaram nesta segunda-feira, 12, o debate "Participação feminina nos espaços de poder" promovido pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). A desembargadora Paula Cunha e Silva e as juízas Cristiana Gualberto, Lívia Lúcia Oliveira Borba e Daniela Cunha Pereira, também integrantes da coordenadoria, também participaram do evento.


O debate contou com palestra da conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Salise Monteiro Sanchotene sobre a presença das mulheres nos espaços de poder, em especial nos órgãos do Poder Judiciário. Participaram como debatedoras a desembargadora Mônica Sifuentes, presidente do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6); a jurista Patrícia Henriques, integrante da Corte Eleitoral mineira; e a desembargadora do Tribunal de Justiça de Minas Gerais Teresa Cristina da Cunha Peixoto.

O presidente do TRE-MG, desembargador Maurício Soares, destacou que o evento é uma oportunidade de ampliar a discussão sobre a efetiva participação feminina em espaços de decisão e afirmou que a igualdade de direitos entre homens e mulheres não pode ficar restrita ao campo teórico. "Precisamos que mulheres e homens tenham efetivamente oportunidades iguais. Isso não é apenas questão de justiça de gênero, mas de agregar valor à vida pública brasileira. Para que os processos decisórios, em todas as esferas, sejam de qualidade, é fundamental que as mulheres estejam neles envolvidas e em posição de interferir", afirmou.

Em sua palestra, a conselheira Salise Sanchotene apresentou dados sobre a participação feminina no Poder Judiciário e chamou atenção para um relatório divulgado recentemente pela Organização das Nações Unidas (ONU). O documento indica que a igualdade de gênero no mundo está a três séculos de distância, a igualdade em posições de poder e liderança no local de trabalho está a 140 anos de distância e a igualdade de representação nos parlamentos nacionais, a pelo menos 40 anos. "Diante desses dados, não há dúvida de que ações afirmativas precisam acontecer o quanto antes para que as mulheres possam ocupar os espaços a que têm direito. Não podemos nos resignar e esperar que o tempo passe", ressaltou.

A conselheira do CNJ destacou a importância do trabalho que associações de classe como Amagis, AMB e Ajufe têm feito para incentivar a ocupação feminina em cargos de direção nos tribunais. "A equidade de gênero é um grande desafio do Poder Judiciário brasileiro. Por isso, é tão importante que as associações estejam ao lado de suas magistradas e as estimulem a ocupar cada vez mais esses postos", afirmou Salise Sanchotene.

Ao encerrar o evento, o diretor executivo da Escola Judiciária Eleitoral de Minas Gerais, desembargador Paulo Tamburini, ressaltou que as constatações da realidade, ainda que precárias, são exatamente o estímulo de que a sociedade precisa para sair da inércia. “Acredito que os dados apresentados nesse rico debate serão um poderoso estímulo para tirar o corpo social da ignorância e promover a mudança de que o mundo precisa”, disse.  

Assista abaixo, na íntegra, ao debate promovido pelo TRE-MG.