Em solenidade realizada na noite desta sexta-feira, 19, no Museu da Inconfidência, na cidade de Ouro Preto, a Amagis homenageou o inconfidente, poeta e magistrado Tomás Antônio Gonzaga, por ocasião do bicentenário de sua morte, completado neste ano. Diversas autoridades, representantes da magistratura nacional e operadores do Direito participaram do evento cívico-cultural, que contou com o apoio do Museu da Inconfidência e da Prefeitura de Ouro Preto. Para marcar a data, foi inaugurada uma placa evocativa com o objetivo de preservar a memória de Tomás Gonzaga e os valores culturais de Minas e da magistratura.
O presidente da Amagis, juiz Bruno Terra, afirmou que a Associação sente-se honrada em contribuir para o resgate da história e da cultura mineira. “Resgatamos história, cultura e política em um mesmo ato. Tomás Gonzaga reúne três grandes valores: a Justiça, o amor e a liberdade, em três momentos distintos de sua vida: como magistrado, poeta e inconfidente. Devemos lembrar a inconfidência como símbolo do caráter e do espírito mineiro, aos quais a Amagis rende todas as homenagens em nome da magistratura mineira”, afirmou.
O juiz Marcos Henrique Caldeira Brant, idealizador do evento, fez a abertura da solenidade, destacando a importância da realização da homenagem. “Hoje é um dia singular para a magistratura mineira, que, por intermédio da Amagis, presta homenagem a Tomás Antônio Gonzaga”, afirmou Caldeira Brant, parabenizando o juiz Bruno Terra, “que, tendo refinado gosto pela história, sensibilizou-se ao projetar a ideia e, com o aval da diretoria, chegamos a concretizar essa solenidade alçando a Amagis como parceira na valorização e preservação do patrimônio cultural”. Para o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, que foi o orador oficial da cerimônia, o “evento resgata e mantém a tradição e a vinculação da magistratura mineira aos ideais democrático e libertário, natos do povo mineiro”
O diretor do Museu da Inconfidência, Rui Mourão, considerou a ideia justa e oportuna. “Tomás Gonzaga foi poeta excepcional e tem sido glorificado principalmente como escritor. O evento de hoje resgata o inconfidente magistrado”, lembrou. O prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo, também ressaltou a importância do “resgate de Tomás Gonzaga como magistrado, neste ato cívico de homenagem idealizado pelo juiz Marcos Caldeira Brant e realizado pela Amagis, com apoio da prefeitura e do Museu da Inconfidência”.
Casa da Ópera
Após a solenidade, os participantes se dirigiram à Casa da Ópera de Ouro Preto, mais antigo teatro brasileiro, inaugurado em 1770, onde assistiram a um recital de poesias de autoria de Tomás Gonzaga, feito por atores locais.
Estiveram presentes, além de magistrados e integrantes da diretoria da Amagis, o secretário de Cultura de Minas Gerais, Washington Mello, representando o governador Antonio Anastasia, o 2º vice-presidente do TJMG, desembargador Joaquim Herculano, o cônsul de Portugal em Belo Horizonte, André de Melo Bandeira, e o secretário de cultura de Ouro Preto, Chiquinho de Assis.
História
Tomás Antônio Gonzaga, mais personificado pela história como um grande poeta árcade, foi também magistrado. Ele se formou, em 1768, em Coimbra (Portugal) e, logo, habilitou-se para a carreira da magistratura, sendo designado juiz de fora da Comarca de Beja (1779). Três anos depois, foi promovido a ouvidor da Comarca de Vila Rica (1782), para, depois, ser promovido a desembargador do Tribunal da Relação da Bahia (1786). Por conta de seu casamento, sua posse foi adiada, quando então foi rompido o movimento libertário da Inconfidência Mineira (1789). Gonzaga acabou preso, processado e condenado ao exílio, por dez anos, em Moçambique, onde faleceu (1810). Seus restos mortais foram trasladados para o Brasil (1942) e se encontram depositados em uma das lápides do Panteão dos Heróis da Inconfidência, em Ouro Preto, para consagrar suas ações cívicas.
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