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Com a chegada do outono, o destino mais comum dos pais são os consultórios e hospitais pediátricos. Com o tempo mais frio, a baixa umidade do ar e o aumento da poluição, as doenças respiratórias não dão folga aos pequenos. “Com as oscilações de temperatura típicas da estação, as pessoas acabam ficando mais juntas e em ambientes fechados, o que favorece a proliferação dos vírus e agrava os quadros de rinite. Como têm resistência mais baixa, as crianças são as que mais são afetadas pela estação”, explica a pediatra Maria Mercedes Castro.
Bronquite, rinite, gripe, resfriado e rinossinusite são as doenças respiratórias que mais acometem as crianças, principalmente entre abril e setembro. Apesar de apresentarem alguns sintomas similares, cada uma atinge o corpo de maneira diferente. Causados por vírus, a gripe e o resfriado podem provocar mal-estar, tosse, obstrução e secreção nasal. A febre, que aparece de maneira mais persistente na gripe, pode durar de cinco a sete dias. Já a bronquite é um processo inflamatório que atinge os brônquios (pequenos canais dentro dos pulmões) e provoca falta de ar, tosse seca e chiado no peito. A rinossinusite bacteriana causa infecção nos seios da face, provocando tosse, mal-estar e secreção nasal amarelada (purulenta). A rinite, por sua vez, é um processo alérgico que causa obstrução nasal, espirros, secreção nasal clara e coceira no nariz.
Por apresentarem sintomas distintos, é importante procurar um médico para que o tratamento seja específico para cada doença. “Apenas as doenças causadas por bactérias devem ser tratadas com antibióticos. Quando ministrados sem necessidade, como nas doenças causadas por vírus, podem selecionar bactérias mais fortes e aumentar a chance do paciente ter uma infecção mais grave no futuro. É preciso aguardar a evolução da doença para que o médico tenha condição de fazer o diagnóstico correto e prescrever o remédio mais indicado”, ressalta a médica.
Para evitar a incidência de doenças respiratórias durante o outono e o inverno, Maria Mercedes recomenda algumas atitudes que devem ser colocadas em prática durante todo o ano. “Mais que tratar as doenças, é fundamental preveni-las”, lembra a pediatra.
Confira as dicas:
1 – Evite levar a criança para a creche ou escola quando ela estiver gripada. Além do repouso necessário para a recuperação, essa conduta evita que o vírus seja transmitido para outras crianças.
2 – Mantenha os ambientes limpos e arejados, livres de objetos que acumulem pó, como estantes, bichinhos de pelúcia, tapetes, cortinas e almofadas. Os ácaros, grandes causadores da rinite, se escondem nesses lugares.
3 – Durante o período mais seco, é importante umidificar os ambientes em que a criança passa mais tempo, como o quarto e sala. Toalhas molhadas próximas à cama e aparelhos umidificadores ou vaporizadores melhoram a qualidade do ar e amenizam irritações na mucosa nasal.
4 – Vista as crianças com roupas adequadas à temperatura externa.
5 – Consulte regularmente o pediatra e só leve a criança ao pronto-atendimento quando houver necessidade. Nos hospitais, há grande chance do seu filho ter contato com outras crianças que podem estar com doenças contagiosas mais graves.
6 – Não fume e não permita que fumem perto das crianças ou nos cômodos onde elas frequentam. O cigarro provoca séria irritação nas vias respiratórias.
7 – Evite varrer o chão, mesmo quando a criança não estiver em casa.A vassoura acumula ácaros e faz com que a poeira suba e fique suspensa no ar. Prefira sempre o uso de um pano úmido, mesmo para tirar o pó dos móveis.
8 – Mantenha os animais de estimação sempre fora de casa.
9 – Garanta que a criança mantenha-se sempre hidratada. Beber água é muito importante, principalmente quando o tempo estiver seco.
10 – Nunca dê remédios para seu filho sem consultar o médico.

* A pediatra Maria Mercedes Castro é credenciada ao Amagis Saúde.