A Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) vem a público manifestar integral apoio e solidariedade à juíza Amanda Cruz Vargas Barra, da Comarca de Campos Altos, que sofreu ataques por parte de advogados e da própria OAB local, em retaliação à necessidade de atender aos profissionais de forma virtual (videoconferência), em razão de gravidez de alto risco durante a pandemia.

A OAB cobrou acesso aos telefones particulares da magistrada e exigiu, alternativamente, que ela usasse aparelho cedido pelos representantes da entidade.

Em outro ataque, a OAB enviou ofício à Presidência do TJMG apontando, sem provas, que os processos de sua responsabilidade não estariam recebendo movimentação desde 2020 e que a magistrada não seria acessível. O ofício está datado do dia 21 de março de 2022, um dia antes do retorno da magistrada de licença-maternidade.

A juíza Amanda Cruz Vargas Barra tem trajetória irrepreensível na Magistratura mineira e sempre atendeu com celeridade e presteza ímpares todos os advogados que a procuraram quando estava em atividade. Além disso, sempre deu o mesmo tratamento aos processos, especialmente os mais urgentes.

Desde sua posse, a juíza nunca gozou férias. Em gestação de alto risco, mas preocupada com o andamento dos trabalhos, ignorou ordens médicas para se afastar e manteve-se em serviço.

Mesmo durante a licença-maternidade, e após o parto, chegou a tratar de assuntos envolvendo a jurisdição, fatos que reafirmam sua ética e compromisso com a judicatura. As licenças, afastamentos e férias de magistrados são cobertos por outros magistrados, em substituição, como de fato ocorreu neste caso.

A Amagis está atenta e pronta para defender e garantir as prerrogativas da juíza Amanda Cruz Vargas Barra, dentre elas os direitos à intimidade e à maternidade, bem como de todos os magistrados de Minas Gerais, para que possam atuar com altivez e independência.

 

Juiz Luiz Carlos Rezende e Santos
Presidente da Amagis