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O presidente da Amagis, juiz Bruno Terra, foi recebido nesta quarta-feira, 10, no Fórum da comarca de Arcos, centro-oeste de Minas, para a realização de um ato de defesa em favor do juiz Joaquim Morais Júnior, que foi alvo de declarações infundadas em razão de decisão proferida por ele.

O ato de desagravo foi realizado no salão do Júri do Fórum e contou com a presença de juízes de Arcos e de toda região, entre eles os juízes Eudas Botelho, Leonardo Filgueiras, Altair Alvarenga de Resende, Paulo César Augusto de Oliveira Lima, Pedro Santos Barcelos e Rodrigo Gontijo, além de diversos segmentos da sociedade de Arcos que lotaram o Júri para prestar solidariedade ao magistrado.

Ao reafirmar o compromisso da Associação em defender a liberdade e a independência de julgar dos magistrados mineiros, o juiz Bruno Terra lembrou que a missão do juiz não é a de agradar, mas a de repor as coisas em seu devido lugar, a de colocar equilíbrio na sociedade para que todos saibam como serão julgados os seus atos. “Este é um desagravo à honra do juiz Joaquim Morais Júnior, mas é também um desagravo ao Poder Judiciário e à sociedade de Arcos, porque quando se ataca um juiz por uma decisão proferida, se ataca o Judiciário por cumprir sua missão e a cidadania, quando há a pretensão de não se submeter àquilo que é para todos”, afirmou.

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Bruno Terra ressaltou ainda que toda decisão judicial deve ser respeitada, sendo que, aquele que com ela não concordar, deve procurar os meios que o Direito lhe confere para questiona-la, que são os recursos. “A manifestação realizada aqui reafirma a confiança do Poder Judiciário em cada juiz e, através da presença da Amagis, toda a magistratura mineira está ao lado do juiz Joaquim Morais Júnior, garantindo a ele a independência e imparcialidade para julgar, e fazendo prevalecer o Estado de Direito Democrático”, concluiu.

Para o juiz Joaquim Morais Júnior, a presença da Amagis e seu reconhecimento, bem como o de toda população, é gratificante. “A Amagis é uma associação que trata seu associado com muito carinho. Sempre que precisamos, ela está ao nosso lado. E a defesa realizada aqui não é apenas minha, mas de todo o Judiciário. Nossa missão de julgar não é fácil, sobretudo quando somos afrontados em razão de nossa função. Neste momento, é muito confortante receber essa atenção, esse afago da classe”, afirmou o magistrado, muito emocionado com a ação realizada na comarca.

O juiz Eudas Botelho, da Comarca de Mateus Leme, já atuou em Arcos e compareceu ao ato de desagravo. De acordo com ele, as pessoas de Arcos têm a percepção de justiça e de valores éticos e morais e sabem que a função do juiz não é puxar a balança para um dos lados, mas prestar a tutela jurisdicional, dando a cada um o que é seu. Para ele “um discurso inflamado, sem valor e sem sentido não vai manchar a página de vida do juiz Joaquim Morais Júnior perante a comunidade onde ele atua e perante a magistratura, que o tem como um de seus grandes valores, porque o maior valor da Justiça são os seus homens”.

Para o juiz Altair Alvarenga de Resende, da Comarca de Formiga, o ato de desagravo veio reforçar a qualidade do juiz Joaquim Morais como o juiz trabalhador, dedicado e imparcial que toda a população de Arcos conhece. “É necessário que as partes contrariadas em uma sentença tenham a sensibilidade de perceber, ainda que internamente, que aquela manifestação do estado, através do juiz, ocorreu em virtude de um fato. Em razão daquele fato, a decisão, muitas vezes, não poderia ser outra”, afirmou ele.

O caso

Após uma decisão do juiz Joaquim Morais Júnior, um advogado, insatisfeito com o entendimento do magistrado, manifestou-se na imprensa por meios impróprios, atacando o juiz em sua função de julgar.

Reunião

Ainda em Arcos, magistrados da comarca e de toda região do Centro Oeste mineiro reuniram-se com o presidente da Amagis, juiz Bruno Terra, oportunidade em que todos se solidarizaram também com o juiz Pedro Santos Barcelos, da Comarca de Bambuí, igualmente vitimado por atos de perseguição em sua comarca.