O aumento da violência contra as mulheres registrado durante a pandemia do coronavírus no Brasil é o sintoma de uma “doença” permanente da sociedade que ainda não foi curada, avaliou a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na tarde desta segunda-feira (20), ela participou da transmissão ao vivo promovida pela AMB no Instagram.
“Fico satisfeita de saber que a AMB está atenta e discutindo um tema da maior gravidade”, disse, acrescentando que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a ONU Mulheres já fizeram alertas sobre o incremento dos casos registrados em todo o mundo. “Precisamos assumir a responsabilidade e ajudar as mulheres que precisam de amparo, principalmente nós do Judiciário”.
Segundo a ministra, alguns tribunais brasileiros têm tomado medidas importantes para enfrentar esse tipo de crime, como a recomendação de prorrogação automática das medidas protetivas durante o período de isolamento social. Na opinião dela, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deveria publicar alguma recomendação nesse sentido.
A presidente da AMB, Renata Gil, ressaltou que Cármen Lúcia sempre foi “muito preocupada” com a temática, lembrando que a ministra tomou medidas relevantes para proteger as mulheres quando foi presidente do CNJ. Para Renata Gil, os números de novas ocorrências de crimes do tipo são “assustadores”.
Série de lives
Para esclarecer dúvidas da sociedade e informar sobre temas relevantes durante a quarentena, a entidade tem realizado uma série de lives. A Associação já recebeu o ministro Alexandre Agra Belmonte, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), o psiquiatra Augusto Cury, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o juiz Daniel Carnio, especialista em recuperação judicial de empresas. As gravações estão disponíveis no perfil da entidade no Youtube.
Fonte: AMB