Em entrevista à Rádio Estadão, o presidente da AMB, João Ricardo Costa, falou sobre informe divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), no último dia 10, em Genebra, na Suíça, que analisa a situação prisional no país e classifica o Judiciário como “ineficiente”.
Costa explicou o quanto o Judiciário tem trabalhado no combate a esse cenário. “Quem constrói presídios no Brasil não é o Poder Judiciário. O excesso de lotação é um problema do sistema carcerário, que é mantido pelo Poder Executivo. Essa é uma questão visível que vem sendo denunciada pela própria magistratura. A AMB tem se empenhado muito em denunciar e cobrar dos governantes uma postura para resolver essa questão dramática e vergonhosa para o Brasil que é o sistema prisional”, afirmou.
O presidente da AMB também comentou outro aspecto do relatório, que aponta que o país ainda vive “uma cultura autoritária”. “Há certa razão nesse aspecto. Estamos lutando há muito tempo para democratizar o Poder Judiciário brasileiro, para que toda a magistratura possa participar da gestão, possa escolher os presidentes dos tribunais dentre aqueles que são mais capacitados para administrar a Justiça Brasileira e prestar um melhor serviço à sociedade”, defendeu.
Apesar da classificação da ONU em relação ao Judiciário, Costa ponderou a importância de se fazer uma autocrítica para melhorar a prestação do serviço à sociedade. “Isso serve para trazer o debate, que é importante para todos nós. Não temos juízes para quase 100 milhões de processos no Brasil e estamos enfrentando essa questão com bastante precariedade. Não conseguiremos mudar esse quadro se não tivermos o apoio da sociedade e dos demais poderes”, concluiu.
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Fonte: AMB