O presidente da Amagis, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, participou nesta segunda-feira, 7, da solenidade de formatura dos recuperandos da Apac de Santa Luzia (MG) no curso de Formação de Contadores de Histórias, ocasião em que foi lançado o livro “Caminhos e Contos: a ressocialização pela palavra”.

O livro é fruto de projeto do TJMG, por meio da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) e do Programa Novos Rumos, cujo lema é incentivar a leitura entre os condenados pela Justiça, como forma de reintegrá-los à sociedade. O evento aconteceu na sede da Apac de Santa Luzia, e foi transmitido ao vivo pelo YouTube.

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Ao cumprimentar os formandos, o juiz Luiz Carlos, que também é coordenador Executivo do Programa Novos Rumos e juiz cooperador da Vara de Execução Penal de Santa luzia, destacou que o trabalho desenvolvido nas Apacs é um trabalho de muitas mãos e nunca um trabalho solitário. “A Apac sempre será coletiva. Como na vida. Talvez, os nossos maiores erros sejam aqueles que cometemos quando não somos plurais, ou quando não ouvimos bons conselhos”, disse o magistrado, afirmando ainda que o trabalho das Apacs terá sempre o apoio da Amagis. “Eu não tinha a menor dúvida de que daqui sairiam tantos vocacionados. Hoje, sei que vocês terão condições de multiplicar o que aprenderam. A informação liberta”, afirmou o presidente da Amagis.

O coordenador-geral do Programa Novos Rumos, o desembargador Antônio Armando dos Anjos, cumprimentou a todos na pessoa do desembargador Tiago Pinto, 2º vice-presidente do TJMG e superintendente da Ejef, e falou sobre a satisfação em participar da solenidade de formatura dos recuperandos. “A arte e a educação unidas nessa empreitada permitiram a vocês refletirem sobre a própria vida, por meio da identificação com personagens dos contos literários, além de contribuir com o incentivo à leitura e abusca por um futuro melhor, por meio dos estudos. Esperamos que tudo isso contribua para a ressocialização”, disse o magistrado. Segundo ele, ver os formandos é motivo de orgulho. “Ações como esta terão sempre o apoio do TJMG e esperamos que o sucesso do projeto o estenda para outras Apacs em Minas e em outros Estados”.

O segundo vice-presidente do TJMG e superintendente da Ejef, desembargador Tiago Pinto, participou de forma remota do evento e falou sobre a confiança e a fé que tem no projeto Caminhos e Contos. “Pretendemos transformar o projeto em um método de ressignificação de vida, de sentido da presença do Estado e do cumprimento da pena”, disse o magistrado, agradecendo a presença de todos e parabenizando os formandos pelo esforço e desempenho no curso.

O desembargador Tiago Pinto representou, durante o evento, o presidente do TJMG, desembargador Gilson Soares. Em seu nome, o superintendente da Ejef leu a mensagem do presidente do TJMG enviada aos formandos. “Sabemos que vocês viveram tempos de turbulências e em um momento da vida se viram em uma encruzilhada que os conduziram ao cárcere. Como disse Dom Quixote: Não há mal ou tempestade que dure para sempre! Eis que, no meio do caminho, havia uma Associação de Proteção e Assistência aos Condenados, uma Apac. É um sinal de que novos ventos começaram a soprar em suas existências”, disse. Ainda em sua mensagem, o presidente do TJMG ressaltou que o método Apac está edificado sob o pilar da humanização do cumprimento das penas privativas de liberdade e tem entre seus objetivos transformar vidas pautando pela dignidade e reaproximação com familiares e comunidade.

O presidente da Apac de Santa Luzia, José Maria de Miranda, resumiu a formatura dos recuperandos em uma só palavra: Felicidade. “Meu coração não cabe no peito. Ver esses homens resgatando aquilo de mais importante que existe na vida deles e que se perdeu com o tempo me enche de felicidade”, afirmou.

Gratidão

Quarenta recuperandos receberam das mãos do desembargador Armando dos Anjos, do juiz Luiz Carlos Rezende, da professora Sandra e do presidente José Maria o certificado de formatura.

Em nome dos formandos, o recuperando Hudson Ferreira fez um agradecimento a todos os presentes e aos responsáveis pela realização do curso. “Para nós, concluir o curso foi mais que um aprendizado. Foi uma libertação”, disse ele, falando sobre os benefícios que a realização do curso trouxe para pessoas que não tinham facilidade com a fala ou tinham pouca habilidade com a leitura. “Foi uma honra para todos nós”, afirmou o recuperando.

Também participaram da solenidade o vice-corregedor-geral de Justiça, desembargador Edison Feital Leite; a juíza Aldina Soares, auxiliar da Corregedoria de Justiça, representando o corregedor-geral de Justiça desembargador Agostinho Gomes de Azevedo; a superintendente adjunta da Ejef, desembargadora Mariângela Meyer; desembargador Ângela Rodrigues; a defensora pública Camila dos Reis Gomes, representando o defensor público-Geral Gério Patrocínio Soares; juiz auxiliar da 2ª vice-presidência,  Murilo Sílvio de Abreu; coordenadora e formadora do Projeto Caminhos e Contos, Rosana Mont`Alverne; e a presidente da Apac feminina de BH, Maria Geralda Cupertino.