Os argentinos escolhem neste domingo o sucessor da presidente Cristina Kirchner. O favorito é o governista Daniel Scioli, que lidera as pesquisas de opinião. Ele é do Partido Justicialista (peronista), no poder há 14 anos, e é o governador da província de Buenos Aires — a maior e mais rica da Argentina, onde vivem 40% dos eleitores.
Seu principal concorrente é o conservador Maurício Macri. Ele é o atual prefeito da capital, Buenos Aires, e prega uma menor presença do estado na economia, que cresceu muito durante os governos de Nestor Kirchner (2003-2007) e de sua mulher e sucessora Cristina Kirchner, reeleita em 2011, meses após a morte do marido.
Além de liderar as pesquisas de opinião, Scioli obteve 38,4% dos votos nas prévias de agosto – que na Argentina são abertas, simultâneas e obrigatórias. Na ocasião, Macri somou 24,8% das intenções voto. Para assegurar a vitória no primeiro turno, Scioli precisa de 45% dos votos ou, no mínimo, 40% dos votos com uma diferença de dez pontos porcentuais em relação ao segundo colocado.
Macri promete eliminar os controles cambiais, impostos pelo atual governo para impedir a saída de divisas do país. Mas ele moderou seu discurso e prometeu manter os planos sociais, para atrair os votos do centro, que representam cerca de um terço do eleitorado.
Scioli fez o mesmo, ao tentar marcar uma diferença de estilo em relação a Cristina Kirchner e mostrar-se mais aberto a negociar com os partidos da oposição, os credores da dívida externa e os governos de países com politica econômicas diferentes da Argentina.
Muitos dos votos do centro, no entanto, estão com o terceiro colocado, Sergio Massa, que era peronista e aliado dos Kirchner, antes de passar para a oposição. Segundo o analista político Rosendo Fraga, as chances de Scioli ganhar no primeiro ou num eventual segundo turno são grandes porque essa foi a tendência em toda a América do Sul.
“Nas eleições presidenciais do Brasil, da Bolívia, do Equador e do Uruguai, realizadas apos uma década de conjuntura econômica favorável, os candidatos governistas ganharam”, disse à Agência Brasil. “Na Argentina deve acontecer o mesmo. O desafio do próximo governo vai ser administrar a economia, num momento de menor crescimento econômico e queda de preços das commodities”.
Além de presidente e vice, os argentinos vão escolher 130 deputados federais, 24 senadores, representantes do Parlamento do Mercosul e 11 governadores.
Nas Américas
A Guatamela também escolhe seu próximo presidente e o resultado do segundo turno das eleições presidenciais é quase certo. O favorito é o comediante Jimmy Morales. Ele foi o mais votado no primeiro turno, feito pouco depois da renúncia do presidente Otto Perez Molina, que está detido, acusado de corrupção.
No Haiti, 54 candidatos disputam a presidência do país mais pobre do hemisfério e nada está definidos. As autoridades haitianas armaram um forte esquema de segurança para evitar a violência e as acusações de fraude, que levaram ao cancelamento de eleições legislativas em 2011 e 2014.
No país, que ainda não se recuperou de um terremoto em 2010, 600 mil pessoas ainda dependem de ajuda internacional para sobreviver, segundo as Nações Unidas. O próximo mandatário terá de resolver problemas como falta de água potável, de eletricidade, saúde e educação — metade da população, de 10,4 milhões de pessoas, vive com menos de US$ 1 por dia.Com informações da Agência Brasil.
Fonte: Conjur