Luiz Guilherme Marques – Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora – MG

Minas Gerais tem a felicidade de ter podido contar com alguns grandes magistrados, desde o começo da sua História.

Na época mais recente, quando está acontecendo uma verdadeira mutação no Direito e na Justiça, sucedendo-se as transformações em velocidade estonteante, a ponto que quase não conseguirmos acompanhá-las, em grande parte se fizeram possíveis graças ao perfil altamente inovador de duas magistradas e dois magistrados, respectivamente JANE RIBEIRO SILVA, MÁRCIA MARIA MILANEZ, JOSÉ FERNANDES FILHO e REYNALDO XIMENES CARNEIRO.

A primeira tem investido, de forma notavelmente bem sucedida, na área penitenciária, possibilitando a propagação do sistema APAC de cumprimento de pena, que representa o futuro do cumprimento das penas privativas de liberdade.

A segunda, com as prerrogativas que lhe confere o cargo de 3ª Vice-Presidente do Tribunal de Justiça, vem dando inusitado destaque à Conciliação, instituto este que representa a mais importante inovação jurídica de todos os tempos, pois leva diretamente à Paz Social.

O terceiro, tendo transformado o Juizado Especial em instituição respeitável, abre caminho para a Justiça de Proximidade, uma das idéias mais avançadas dos últimos tempos, muito praticada na França e nos Estados Unidos, países-modelo de Justiça a nível mundial.

O último, que fez da Escola Judicial um ambiente de pesquisa e divulgação de livros úteis para o aperfeiçoamento dos magistrados.

Atuando cada um deles numa área diferente, fecharam um quadrado em torno das atividades teóricas e práticas do Judiciário, com repercussões importantes sobre os demais segmentos correlatos, sem geraram estagnação, mas sim trabalhando pela fluidez e mutabilidade das realidades, com abertura constante para novas mudanças.

Elogiá-los não representa bajulação, mas reconhecimento em nome de muitos, para não dizer da unanimidade dos beneficiários, que somos todos nós e os jurisdicionados, em função de quem trabalhamos.

O Panteão dos Heróis dos tempos atuais é menos físico do que espiritual e existe menos no mundo exterior que na cabeça e no coração de cada um.

O que podemos fazer é chamar a atenção da comunidade judiciária para a presença desses idealistas no nosso meio, a fim de não deixarmos de encarregá-los sempre de alguma nova atribuição que somente mulheres e homens como elas e eles têm condição de cumprir a contento.

As grandes mulheres e os grandes homens nunca devem ficar isentados de doar grandes esforços em benefício da coletividade.

Ao invés de homenageá-los pura e simplesmente, como se pertencessem ao Passado, devemos convocá-los a assumir novas missões, com proveito para o Futuro da nossa instituição e da comunidade forense.