Prestigiada por políticos e autoridades estaduais, foi realizada na noite desta segunda-feira (2/9/13), Reunião Especial do Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), para comemorar os 250 anos de nascimento de José Bonifácio de Andrada e Silva, lembrado historicamente como o patriarca da Independência. A solenidade, requerida pelo deputado Sebastião Costa (PPS), foi presidida pelo presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), e contou com a presença dos descendentes do homenageado, entre eles o deputado federal Bonifácio de Andrada (PSDB/MG) e o deputado estadual Lafayette de Andrada (PSDB).

Representando a família do patriarca, o deputado federal Bonifácio de Andrada destacou que a homenagem na ALMG é uma oportunidade para traçar alguns dados a respeito da vida desse homem que foi a “mola principal da independência nacional”. Segundo Bonifácio de Andrada, José Bonifácio estava a 50 ou 100 anos à frente do seu tempo. “Era uma personalidade cuja vida teve momentos de glória, de realização patriótica, mas também de muito sofrimento, dores e dificuldades”, afirmou Bonifácio de Andrada ao narrar a história do homenageado da noite que, segundo ele, se esforçou para manter a união do Brasil.

Na opinião do deputado Sebastião Costa, a homenagem dessa Casa foi centrada na figura do grande legislador que foi José Bonifácio, que ainda deixou como legado um tratado sobre o papel do parlamentar. Neste sentido, Costa lembrou que o patriarca da Independência foi responsável por produzir raízes profundas na formação política do povo brasileiro e que o serviço à causa pública foi repassado para seus descendentes, que estão atuantes na política.

Além da independência do Brasil, Sebastião Costa destacou que José Bonifácio também foi inovador ao defender, na época, o fim da escravidão e a causa indígena. “José Bonifácio teve memória de um sonhador que acreditou na capacidade do homem em construir sua história e transformar sua nação em pátria”, afirmou Sebastião Costa, ao enaltecer os ideais de José Bonifácio Andrada e Silva. Já Bonifácio de Andrada ainda lembrou que José Bonifácio era preocupado com questões como a interiorização do Brasil, a proteção ambiental, além da união entre os países da América Latina.

O presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro, destacou o momento festivo e de júbilo da homenagem, que ressalta a saga luminosa do patriarca José Bonifácio de Andrada. "Quando se fala no seu nome, se fala na independência e na pátria amada. Um homem que, como estadista, enxergou anos luz à frente de nós, muito mais que 50, 100 anos", afirmou Dinis Pinheiro. Ele destacou ainda que essas virtudes cívicas são encontradas no coração de cada um de nós e na família Andrada.

Dinis Pinheiro também lembrou que José Bonifácio foi um precursor e soube como poucos dignificar sua história já que naquela época já se preocupava com o meio ambiente e zelava pelas minorias. "Cabe ao Legislativo reverenciar estas histórias. São sagas dos grandes homens do nosso amado Brasil", afirmou.

Mesa – Além das autoridades citadas, compuseram a mesa da solenidade o presidente em exercício do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), desembargador José Tarcízio de Almeida Melo; o presidente da Associação Mineira de Municípios e prefeito de Barbacena, Toninho Andrada; o conselheiro do Tribunal de Contas de Minas Gerais, doutor Viana; o deputado estadual Lafayette de Andrada; e o presidente do Instituto Teotônio Vilela, Pimenta da Veiga.

História de um vanguardista

José Bonifácio de Andrada e Silva foi um estadista, naturalista e poeta brasileiro. Vindo de uma família aristocrata portuguesa, nasceu em Santos (SP), no dia 13 de junho de 1763. Um dos principais articuladores políticos da emancipação do Brasil, seu nome é lembrado historicamente como o Patriarca da Independência.

Aos 20 anos, foi estudar em Portugal e formou-se em matemática, filosofia e direito. Aluno brilhante, viajou muito para realizar pesquisas de química e mineralogia. Depois viveu em Portugal, entrou para o exército e lutou contra soldados de Napoleão.

Em 1819, aos 56 anos, voltou para o Brasil, se envolveu com a política, sendo elevado ao posto de ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros e um dos principais conselheiros de Dom Pedro I, então príncipe herdeiro da Coroa portuguesa. Na época, já se preocupava com as florestas e o planejamento do uso de recursos naturais. Ele foi um dos maiores defensores da ideia de tornar o Brasil independente e, por esse motivo, ficou conhecido como o Patriarca da Independência. Mas, no ano seguinte à independência, 1823, se desentendeu com o imperador durante a elaboração da primeira constituição do Brasil, de cunho liberal, cuja assembleia acabou dissolvida.

Ele permaneceu exilado na Europa até 1829, quando fez as pazes com o imperador e retornou ao Brasil. Em 1831, quando Dom Pedro I abdicou à coroa em nome de seu filho e partiu para Portugal, nomeou José Bonifácio como tutor do jovem príncipe, então com cinco anos. Ele seria responsável por orientar Dom Pedro II até 1833, quando, vítima de intrigas políticas, foi demitido pelo governo da Regência.

Depois desse episódio, abandonou de vez a política e, em 1838, morreu em Niterói, aos 75 anos. Foi sepultado em Santos (SP), onde viveu a infância e parte da adolescência, conforme pediu em testamento.
Fonte: ALMG