O jornalista e pesquisador Bruno Paes Manso apresentou uma palestra sobre o histórico de homicídio e o surgimento de gangues originadas no sistema carcerário brasileiro. De acordo com o jornalista, é fundamental discutir o tema da violência no Brasil. “Essa é uma tentativa de conversar e tentar entender o que está acontecendo para procurarmos soluções”. 

Em sua fala, Bruno Paes Manso destacou o surgimento de grupos de justiceiros, como o Esquadrão da Morte, com a alegação de que a polícia não saberia distinguir quem eram os trabalhadores dos criminosos. De acordo com ele, a violência trazida por esses grupos gerou um ciclo de vingança produzindo rivalidades e revanches.

 

 

Mais adiante, o jornalista falou sobre o contexto do surgimento do PCC a partir do massacre do Carandiru em 1992 e o redirecionamento das políticas carcerárias em 1993 com a criação da Secretaria de Administração Penitenciária. “O argumento do PCC era estabelecer uma relação de unidade entre os detentos para combater o sistema”. A partir dos anos 2000, ao invés de cobrar mensalidades, o PCC passou a investir no tráfico de drogas e a dominar 90% do sistema prisional. “O PCC propõe regras de profissionalização do crime com mecanismos de garantias para criminosos dentro do sistema prisional”. 

Finalizando, falou sobre a violência policial e o surgimento das milícias principalmente em bairros pobres. “A polícia brasileira é a mais violenta no mundo. A polícia com carta branca para matar é a semente para o surgimento da milícia”.