O risco de um jovem negro ser assassinado no Brasil é 2,5 vezes maior do que a de um jovem branco. A conclusão é de um estudo feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em 2014. Essa realidade e a atuação de entidades civis no combate à violência são o tema da audiência pública desta segunda-feira (8), a partir 19h30, na CPI do Assassinato de Jovens.
Foram convidados para o encontro representantes de movimentos como Viva Rio (Fabiano Dias Monteiro); Instituto Sou da Paz (Ivan Contente Marques) e do Geledés (Maria Sylvia Aparecida de Oliveira). Há também a expectativa de participação de Maria de Nazaré Costa da Cruz, da Coordenação Nacional de Entidades Negras e de Hamilton Borges dos Santos, da Campanha Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto.
O requerimento para o debate é de autoria do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), um dos relatores da CPI que é presidida pela senadora Lídice da Mata (PSB-BA).
A população está convidada a participar das discussões. Os comentários e perguntas poderão ser enviados pelo Portal e-Cidadania (www.senado.leg.br/ecidadania). Há ainda a possibilidade participação pelo telefone do Alô Senado: 0800612211.
Estudo
O estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública foi feito em parceria com a Unesco e mostrou que o número de jovens negros assassinados por 100 mil habitantes subiu de 60,5 em 2007 para 70,8 em 2012. Entre os jovens brancos, a taxa de vítimas de homicídio também aumentou: de 26,1 para 27,8. Isso significa que 29.916 jovens foram assassinados em 2012, sendo 22.884 negros e 7.032 brancos. Em 2007, o número de jovens mortos era de 26.603, dos quais 18.860 eram negros; e 7.443, brancos.
Os números confirmam os apresentados em 2013 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com o trabalho do Ipea, a cada três assassinatos no país, dois vitimam negros. Além disso, a possibilidade de um adolescente negro ser assassinado é 3,7 vezes maior em comparação com os brancos.
Fonte: Agência Senado