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Donaldo Schüler é professor emérito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, romancista, ensaísta e conferencista

Com o objetivo de discutir a polaridade masculino – feminino na antiguidade em confronto com a modernidade, a Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) realizou nesta quinta-feira (19/11) uma palestra sobre o tema: “Antígona e a formação da mulher”.

A ação educacional, que integrou o ciclo de aulas magnas da Escola Judicial, teve como expositor o professor emérito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, romancista, ensaísta e conferencista, Donaldo Schüler.

O titular da Vara Criminal, Infância e Juventude e das Execuções Penais da Comarca de Timóteo, juiz Luiz Eduardo Oliveira de Faria, atuou como mediador.

Na abertura da atividade, o 2º vice-presidente e superintendente da Ejef, desembargador Tiago Pinto, destacou a participação ilustre do palestrante e a presença do ex-presidente do TJMG, desembargador José Fernandes Filho, que acompanhou os trabalhos.

Ser contra

O professor Donaldo Schüler iniciou sua fala citando a  escritora, intelectual, filósofa existencialista, feminista e teórica social francesa Simone de Beauvoir. “Nós não nascemos mulher. Nós nos tornamos mulher”.

O palestrante conta que na tragédia dramática de Antígona, a questão da mulher está no centro do debate.

“Na mitologia grega, a mulher estava reservada ao espaço privado, não tinha participação no espaço público, nem possuía o discurso público. Antígona, a filha mais velha do casamento incestuoso de Édipo e Jocasta, se rebela contra uma decisão autocrática de um ditador e inventa uma mulher que não existia até então”, disse o escritor.

Donaldo Schüler afirmou que na atualidade a mulher participa da vida pública com toda a sua afetividade, sem prejudicar a produtividade, tão valorizada na cultura de mercado, “onde tempo é dinheiro”.

“Quando ficamos contra uma situação, fazemos referência a exatamente aquela mulher da tragédia dramática. Conseguimos preservar nossa condição humana em situações adversas”, disse.

Para o escritor, a narrativa tem a função pragmática de ação reflexiva do passado sobre as conexões atuais.

Cerca de 200 pessoas acompanharam a aula magna, que foi transmitida pelo YouTube, na página da Ejef.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional – Ascom
Tribunal de Justiça de Minas Gerais – TJMG
(31) 3306-3920