Recém-aposentado, aos 60 anos, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa afirmou ser contra a PEC da Bengala promulgada nesta quinta-feira (7) pelo Congresso Nacional. “Acho saudável que haja uma renovação. A sociedade evolui. Esses tribunais têm que acompanhar. Muito difícil uma pessoa que fica 20, 30 anos no tribunal acompanhar mudanças”.
Barbosa participou nesta quinta do encontro com donos de distribuidoras de combustíveis, em um hotel Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, e, entre outros assuntos, comentou uma possível candidatura a cargo eletivo. “Nem a vereador!”, afirmou. Ele também criticou a “relação incestuosa” entre empresários e políticos.
O ex-ministro disse, ainda, que a estrutura política e administrativa do país convive com a “aberração” legalizada. “O Estado brasileiro flerta com o conflito de interesses, com as ilegalidades, e incita a corrupção. O parlamentar deixou de expressar a escolha consciente do cidadão que vota nele. É fruto de uma relação incestuosa entre dinheiro e política”.
O ex-ministro disse que, tecnicamente, o advogado Luiz Edson Fachin é preparado para ocupar a cadeira que deixou vaga no STF, mas enfrenta questões políticas. “Deu azar de ter sido indicado neste momento de deflagração política”, disse. Joaquim disse não ter ainda posicionamento sobre a terceirização, mas teme que ela provoque instabilidade na relação de trabalho. E disse ser a favor do sistema distrital, na reforma política.
Foto: Gil Ferreira / CNJ
Fonte: O Tempo