Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi condenado a 22 anos por homicídio duplamente qualificado (meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e ocultação do cadáver de Eliza Samudio. A maioria dos jurados entenderam que Bola foi o executor da ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes. Da pena, o ex-policial deverá cumprir 19 anos em regime fechado pelo assassinato e três anos em regime aberto por esconder o corpo de Samudio. Além disso, condenado terá que pagar 360 dias/multa e não pode recorrer à decisão em liberdade.

Antes mesmo da juíza Marixa Fabiane Rodrigues dar o veredicto, o filho do acusado chorava muito. Nos bastidores, já se comentava que o Conselho de Sentença teria condenado o réu pelos dois crimes.

Seis dias
O julgamento do Bola se desenrolou em seis dias. Cinco testemunhas foram ouvidas em juízo: a delegada Ana Maria Santos, o preso Jaílson Alves de Oliveira, o deputado estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Durval Ângelo (PT), o corregedor geral da Polícia Civil, Renato Patrício Teixeira, e o delegado aposentado e atual vereador de Belo Horizonte, Edson Moreira (PTN). Horas e horas foram desprendidas aos interrogatórios. A defesa chegou a ser acusada de tentar protelar o júri, mas a juíza foi enfática e disse que desta semana não passava.

Os advogados de defesa e o promotor foram personagens à parte. Embates verbais roubaram a cena e a palavra “canalha” foi uma das mais usadas.Contudo, o defensor Ércio Quaresma foi o nome desse julgamento. Ele criticou a imprensa, destratou um funcionário do Tribunal em plenário, proibiu que fossem feitas imagens do réu, teve a palavra cassada e questionou testemunhas por mais de dez horas seguidas.Esse é o terceiro julgamento sobre o caso Eliza Samudio. Nos dois primeiros, Macarrão, Fernanda e Bruno foram condenados. Apenas Dayanne foi absolvida.

Em 15 de maio deste ano, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, que responde em liberdade pelo crime de sequestro de Bruninho e Elenílson Vitor da Silva, que foi caseiro do sítio de Bruno, em Esmeraldas, serão julgados.


Fonte: O Tempo