O Brasil registrou neste domingo, 16, protestos contra o governo Dilma em pelo menos 25 Estados e no Distrito Federal. Até o fim desta tarde, o maior volume de manifestantes divulgado pela Polícia Militar (PM) foi de 25 mil, registrado em Brasília, mesmo número dos atos de 12 de abril.
Da região Sudeste, a manifestação na Avenida Paulista, na região central de São Paulo, começou ao meio-dia e foi o mais movimentado do País, mas o número de participantes ainda não foi divulgado pela PM. Depois das 16 horas, o ato na capital paulista começou a se dispersar.
Em frente ao Instituto Lula, na capital, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) organizou um ato de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a presença de 1.500 manifestantes, de acordo com a PM. Um dos líderes do Movimento Brasil Livre (MBL), Kim Kataguiri, fez uma projeção de mobilização de um milhão de manifestantes em todo o País. "Esperamos reunir hoje um milhão de pessoas em todo o Brasil. Nossa projeção é que seja maior que o último, mas menor que a primeira manifestação do ano."
O senador José Serra (PSDB-SP) chegou por volta das 16 horas à Avenida Paulista e deu uma volta em torno do carro de som do movimento Vem Pra Rua. Foi muito assediado e teve o nome conclamado pelos ativistas. "A manifestação é uma demonstração de impaciência. As pessoas ficam muito contentes de me ver aqui. Quase a totalidade são meus eleitores. A manifestação é pacífica sem governo ou sindicato por trás. Nas manifestações antigas, eu me lembro, tinha governo, sindicato, patrocínio. Eu me lembro. Hoje, não tem. Não tem partido. É um imenso grau de espontaneidade", exaltou.
No Rio, o ato começou por volta das 11 horas e percorreu cerca de dois quilômetros na pista junto à areia da praia da Avenida Atlântica, em Copacabana. Um homem foi agredido e teve de deixar o local com escolta da polícia após manifestar apoio à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em Belo Horizonte, reunidos na Praça da Liberdade, na região da Savassi, cerca de 6 mil pessoas participaram da manifestação, segundo a PM. O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), esteve no protesto e fez um curto pronunciamento no carro de som, dizendo apenas: "O Brasil despertou. Chega de corrupção. O meu partido é o Brasil". Manifestantes protestaram em frente à casa onde Dilma morou, em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Em Vitória, cinco trios elétricos chamaram a atenção das pessoas com músicas de letras contra o PT. A PM afirmou que, aproximadamente, 20 mil manifestantes participavam do até no meio da tarde.
Na Região Norte, sob um calor de 36º C, cerca de 600 manifestantes pediam o impeachment da presidente ou a intervenção militar, em Manaus. Eles reuniram-se a partir das 14 horas, na Avenida Eduardo Ribeiro, no centro, para iniciar passeata contra o governo. O baixo número de integrantes nos primeiros momentos fez com que os manifestantes se igualassem em quantidade ao contingente da PM, de 650 oficiais. Oferecidas pelos organizadores do protesto, mais de dez faixas com mensagens contra o PT foram distribuídas. Entre os movimentos presentes na concentração da passeata, estavam adeptos de intervenção militar, parlamentaristas, membros da maçonaria, movimentos estudantis, entre outros.
Em Boa Vista, 24 bandas de rock se revezam desde as 14 horas numa tenda montada na Praça do Centro Cívico, no centro da capital de Roraima, no evento "Rock contra a Corrupção". Em Porto Velho, o movimento Vem Pra Rua, após uma hora de concentração, contava com um pequeno público de pouco mais de 40 pessoas no meio da tarde. Os organizadores alegaram que o forte calor de 38ºC dificultou a participação da população. O movimento esperava a participação de cerca de 10 mil pessoas.
Também sob o efeito do calor, o amapaense não se animou a ir para protestar na rua. A concentração começou às 15 horas na Praça da Bandeira, no centro, e de lá, por volta das 16 horas, os poucos manifestantes, sem faixas e cartazes e com um pequeno carro de som, saíram percorrendo as principais ruas do centro de Macapá. Nenhum político compareceu. De acordo com a PM, apenas cem pessoas participaram do ato.
No Sul, o MBL diminuiu o trajeto previsto da caminhada por causa do número de participantes. Enquanto estimava um público entre 30 mil para 50 mil, a Brigada Militar falava em 20 mil. No protesto, não houve citação ao pacote de elevação de carga tributária que deve ser apresentado pelo governador José Ivo Sartori (PMDB) nesta semana.
Os participantes da mobilização na capital gaúcha defendem um processo de impeachment contra a presidente. A crise financeira vivida pelo Rio Grande do Sul, que resultou no parcelamento de salários do funcionalismo estadual em julho, motivou inúmeros protestos de servidores nas últimas semanas e provocou questionamentos à gestão do governador nas redes sociais.
Em Florianópolis, a passeata teve como destino a sede do Tribunal de Justiça, na avenida Beira-Mar Norte. Diferente do dia 15 de março, quando uma chuva forte atrapalhou a manifestação, neste domingo houve sol e temperatura alta. Os protestos foram organizados por três grupos civis, o Movimento Brasil Livre, o Vem Pra Rua e os Revoltados online.
Na capital do Paraná, a manifestação iniciou pouco depois das 14 horas. Na região central da cidade, onde se realizam os principais atos políticos no Estado, o Movimento Brasil Livre saiu em passeata para a Boca Maldita. A PM informou que aproximadamente 20 mil pessoas fizeram todo o trajeto.
No Nordeste, o protesto na capital maranhense começou com a participação de 500 pessoas, segundo a Polícia Militar do Maranhão. Quatro trios elétricos puxavam os gritos de ordem.O percurso do protesto em São Luís tem a extensão de 1,8 km. Os manifestantes em Recife começaram a se dispersar por volta das 14h. A mobilização, que começou às 9h, percorreu cerca de 3,5 quilômetros ao longo da Avenida Boa Viagem e, segundo os organizadores, reuniu cerca de 20 mil pessoas. A polícia não divulgou uma estimativa. O deputado federal Jair Bolsonaro subiu no carro de som da manifestação em Fortaleza.
No exterior, os protestos em Paris e Nova York reuniram poucas pessoas. Na Times Square, um grupo reduzido pedia intervenção militar no Brasil. Na capital francesa, cerca de 20 pessoas protestaram em frente à embaixada do Brasil. O grupo disse não pertencer a nenhum dos movimentos que organizaram os protestos em território brasileiro.
Foto: Agência Brasil
Fonte: Agência Estado