De jogos de azar a instrumentos de inclusão digital. Foi assim que uma parceria entre Fatec e a Justiça de Tatuí (no interior de São Paulo) transformou máquinas de caça-níqueis apreendidas em diversas operações policiais em terminais de consulta de internet espalhadas pela cidade. O projeto nasceu entre um grupo de alunos, semelhante a uma incubadora de ideias empreendedoras e que também servisse para seus trabalhos de conclusão de curso.
A proposta foi apresentada a um juiz da comarca que abraçou a proposta. No lugar de ser destruídas pela Polícia, as máquinas são reaproveitadas. As peças vão servir para a construção de terminais de consulta em locais públicos como hospitais, escolas, delegacias e o fórum da cidade. O projeto foi batizado de “Terminais de Consultas” e recebeu o apoio do juiz Marcelo Nalesso Salmasso, do Juizado Especial Cível e Criminal.
Além de se transformar em equipamentos para oferecer acesso gratuito a rede mundial de computadores, as peças retiradas dos equipamentos ilegais também serão usadas pela Fatec. Com as máquinas apreendidas, os estudantes desenvolvem os mais diversos projetos. Um deles é a “chocadeira de ovos”, criada por três alunos da instituição, que tem capacidade para chocar 120 ovos. A invenção foi totalmente construída com peças retiradas dos caça-níqueis.
Em setembro do ano passado, por meio de decisão judicial, a Fatec recebeu um primeiro lote de 33 máquinas caça-níqueis. “Os maiores beneficiados do projeto serão as pessoas que não dispõe de internet em sua residência, o cidadão que, está caminhando e necessita de uma breve consulta e os profissionais que, naquele momento, estão fora de seu ambiente de trabalho e podem mandar e-mails e trocar mensagens”, disse o diretor da Fatec de Tatuí, Mauro Tomazella.
Graduado em tecnologia de processo de produção pela Fatec de Sorocaba, mestre em engenharia pela USP e doutor de engenharia agrícola pela Unicamp, Tomazella é entusiasmado pela pesquisa.
De acordo com o diretor da Fatec, para que o projeto atenda o maior número de usuários ele será desenvolvido para que um terminal possa ter em funcionamento três monitores de uma só vez. “A tecnologia da informação é uma necessidade e todo cidadão precisa participar da inclusão digital”, disse o juiz Marcelo Nalesso.
Fonte: Consultor Jurídico