O Presidente da AMB, Nelson Calandra, foi eleito, por unanimidade, Presidente da Comissão de Segurança dos Magistrados da Federação Latino-Americana de Magistrados (Flam), por conta de sua firme posição em defesa dos fóruns e dos Magistrados, especialmente, após o covarde assassinato da Juíza Patrícia Acioli, no ano passado, pelo crime organizado. Ainda integram a Comissão, representantes do México e da Colômbia.

A escolha foi um reconhecimento internacional da posição da atual gestão da AMB, que resgatou a missão precípua da Associação em defesa dos Magistrados e de suas prerrogativas. Para Regis Fernades de Oliveira, ex-Presidente da AMB e da Flam, a eleição mostrou a força da Magistratura brasileira junto a Flam, desenvolvido nos últimos 22 anos.

Segundo Regis, quando era Presidente da Flam, apenas cinco países (Brasil, Argentina, Chile , Paraguai e Uruguai ) integravam a organização. Quando passou a Presidência da entidade internacional, já eram 13 Países. Hoje, são cerca de 20. Ele relembrou as viagens que fez, juntamente com Calandra, à América Central para conquistar a adesão dos Países do Continente. “Estou feliz pelo reconhecimento do grupo ao indicar e eleger Calandra para presidir a importante Comissão de Segurança, parte mais sensível dos problemas que afligem os Juízes atualmente”.

Para Calandra, a experiência, no contato com estes Países, durante as visitas que fez no passado, em especial os da América Central, influenciou nessa conquista. ”A Comissão tem forca internacional, com México e Colômbia, o que facilita o desenvolvimento de um trabalho em comum nesse sentido”, avaliou Calandra, relembrando que visitou o Peru, à época do ex-presidente Alberto Fujimori, e que, por isso, sofreram problemas de regimes não democráticos. Na Colômbia, fez contato com as duas Associações de Magistrados, uma de esquerda e outra de direita.

Para o Diretor de Relações Internacionais da AMB, Antonio Rulli Jr., a vitória de Calandra representa conquista e reconhecimento de um trabalho de 22 anos de associativismo internacional, período no qual ele foi Secretário-geral e Vogal por duas vezes da Flam e, por duas vezes, Vice-presidente do Grupo Ibero-americano da União Internacional de Magistrados (UIM). “Esta comissão é de muita importância para o seguro exercício da atividade jurisdicional de toda a América latina. As atividades levadas a efeito pela AMB, neste campo, têm sido observadas e, hoje, reconhecidas, com a marca registrada da personalidade de Calandra”, reconheceu Rulli.

Para Marcelo Piragibe, Vice-Presidente da Escola Nacional da Magistratura (ENM), o reflexo da morte de Patrícia Acioli pela América Latina inteira levou que o grupo adotasse medidas mais intensas para a adoção de uma política mais incisiva. “Eles viram no Presidente Calandra a pessoa mais capacitada para coordenar um trabalho internacional junto aos órgãos como ONU e OEA, onde Juízes brasileiros já atuam na área da independência do Judiciário”.

Fonte: AMB