A visita à Apac e explicação do seu método faz parte da programação do curso de formação, coordenado pela Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG).
A EJEF optou por Nova Lima por ser a unidade mais próxima da capital. A conclusão do curso está prevista para o início do próximo mês de setembro e se constitui na última etapa do Concurso para Juízes de Direito Substitutos, iniciado no ano de 2009.
Os candidatos, guiados pelos recuperandos, mostraram-se bastante interessados na forma como o método é aplicado e fizeram perguntas sobre critérios de seleção para transferência de presos para a Apac, o funcionamento da estrutura educacional dentro da unidade, a função e a importância do Conselho de Sinceridade e Solidariedade, formado pelos próprios recuperandos, para o aperfeiçoamento da disciplina e segurança do local, dentre outros assuntos.
Presenças
Presentes na visita o coordenador do Projeto Novos Rumos do TJMG, desembargador Joaquim Alves de Andrade, e o juiz da Vara Criminal da comarca de Nova Lima, Juarez Morais de Azevedo. O desembargador ressaltou que 2.000 vagas estão disponibilizadas atualmente no sistema Apac. “Com a inauguração, até meados de 2011, de mais 10 Centros de Reintegração Social (nome dado ao prédio que abriga a Apac) mais 1.000 vagas serão oferecidas”, completou. Ao se dirigir aos candidatos, o juiz Juarez disse esperar que os futuros juízes saíssem dali com a base para implantar uma Apac nas comarcas onde vão atuar.
Depoimentos
Para a ex-promotora de Justiça da comarca de Porecatu, no estado do Paraná, Herilene de Oliveira Andrade, e atual candidata do Curso para Ingresso na Magistratura, a visita foi muito proveitosa. “Foi possível estabelecer uma comparação entre o que vivenciei no Paraná, através do mutirão carcerário daquele Estado, coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a experiência desta visita na Apac”, comentou. “O que mais me chamou a atenção foi a questão de se privilegiar o mérito e o senso de responsabilidade dos presos” ressaltou a ex-promotora.
“Para mim tudo isso aqui é uma novidade” declarou o candidato Ériton José Santana Magalhães, 28 anos, natural de Macaúbas, no estado da Bahia. “Minha visão de sistema carcerário era somente a repassada pela mídia” aponta o candidato. “Após essa visita lamento que o método Apac ainda seja uma exceção dentro do sistema prisional brasileiro”, concluiu Ériton.
O candidato Edson Alfredo Sossai Regonini, 26 anos, natural do Espírito Santo, alertou para a necessidade de cada comarca ter uma Apac. “Caso seja designado juiz de Direito substituto, estarei empenhado na implantação ou solidificação da entidade na comarca que estiver atuando”, sinalizou o futuro magistrado.
Fonte: TJMG