Acontece nesta terça-feira (14) o primeiro debate de TV do segundo turno das eleições presidenciais, realizado pela Rede Bandeirantes. O confronto entre a candidata Dilma Rousseff (PT) e o candidato Aécio Neves (PSDB) será às 22h e deve abrir a temporada de discussões diretas e acaloradas entre os concorrentes ao Planalto. Os quatro embates televisivos previstos entre os presidenciáveis para este segundo turno também devem ter maior impacto sobre o eleitor, segundo especialistas ouvidos pelo Hoje em Dia.

Além do debate desta terça, haverá ainda encontros no SBT (dia 16), na Record (dia 19) e na Globo (dia 24).

“Os debates tendem a ter um impacto maior quanto mais o jogo está indefinido, empatado. Qualquer embate direto pode representar um fator relevante nestas circunstâncias”, avalia o cientista político Paulo Roberto Figueiras, professor da UFJF.

Para ele, esta eleição terá o segundo turno mais imprevisível e acirrado dos últimos pleitos presidenciais, consequentemente, os debates também serão mais relevantes do que em momentos em que a tendência de vitória estava mais consolidada.

O especialista em marketing político Adriano Mariano diz que, mesmo que a audiência dos próximos debates não seja significativamente maior do que a registrada no primeiro turno, eles atingem uma parcela do eleitorado que é formadora de opinião. “Agora, esse eleitor está direcionado a ter uma visão mais crítica e a reafirmar suas posições diante do debate. Assim, eles vão se municiar para influenciar outras pessoas de seu ciclo social, nas conversas cotidianas”, avalia.

Do ponto de vista estratégico, Adriano Mariano diz que o único caminho para campanha da presidente Dilma é tentar desconstruir a imagem de Aécio. “Eles devem usar todas as reportagens e materiais que contraponham a imagem de bom gestor e solução para o Brasil construída por Aécio. A Dilma vai ter que pegar uma munição pesada contra ele, que, por sua vez, deve se fazer de vítima”.

Entre as estratégias que devem ser utilizadas pelo senador, segundo o especialista, está a ênfase aos escândalos de corrupção no atual governo federal. “A Petrobras é a galinha dos ovos de ouro para a campanha do Aécio. É senso comum que a estatal virou um covil”, diz.

Contudo, Adriano pondera que o tucano deve dosar o tom das críticas. “Historicamente, para os que estão na dianteira, não é bem visto criticar”, afirma.

A dinâmica do confronto

O debate da Band começa às 22h e será marcado pelo confronto direto entre os candidatos Aécio Neves e Dilma Rousseff, sem intervenção de jornalistas. A programação será dividida em 5 blocos. No primeiro, os concorrentes deverão apresentar suas principais propostas de governo. Nos demais, os temas serão livres.No último bloco será reservado tempo para as considerações finais.

Fonte: Hoje em Dia