Acusados de sequestro e cárcere privado de Bruninho, filho de Eliza Samudio e do goleiro Bruno Fernandes, Elenilson da Silva e Wemerson Marques (o Coxinha) foram condenados nessa quarta-feira, em julgamento realizado no Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Elenilson foi condenado a três anos de reclusão e Wemerson a dois. As duas penas serão cumpridas em regime aberto.Os réus responderam ao processo em liberdade e poderão recorrer contra a decisão do júri na mesma condição. O julgamento desta quarta-feira começou por volta das 9h e terminou às 22h50.

Na leitura da sentença, a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues afirmou que a relação de subordinação entre os réus e outros acusados pelo sequestro e morte de Eliza Samudio, bem como pelo sequestro e cárcere privado de Bruninho, foi o impulso que motivou o envolvimento dos dois no caso, sem fazer questionamentos.

A fase de debates começou às 17h25 com a fala do promotor Henry Wagner Vasconcelos, que fez uma retrospectiva do caso envolvendo Eliza Samudio e o filho. O Ministério Público falou aos jurados sobre os julgamentos anteriores, que resultaram em condenação de outros envolvidos no caso. Para o promotor, os envolvidos no Caso Eliza Samudio tinham certeza da impunidade. Ele afirmou que os réus entraram em contradição durante os interrogatórios, apresentando versões diferentes das mostradas pelos outros acusados e por testemunhas ouvidas ao longo do processo. Para comprovar sua tese, o promotor leu diversos depoimentos que constam nos autos.

Defesa


O advogado de Elenilson, Frederico Franco Orzil, afirmou que seu cliente era um empregado e que cumpria ordens de Dayanne Rodrigues, ex-esposa do goleiro e que foi absolvida do crime de cárcere privado e sequestro em um julgamento anterior. A tese do advogado foi a de que se Dayne deu as ordens para Elenilson cuidar do bebê e foi absolvida, o mesmo deveria acontecer com o acusado, que apenas seguiu as determinações.

O advogado de Wemerson, Paulo Sávio Cunha Guimarães, alegou que seu cliente recebeu a criança das mãos de Dayanne, às margens da BR-040, em 25 junho de 2010, e que não tinha outra escolha, senão a de recebê-la e a de levá-la a um lugar seguro. O advogado afirmou que essa atitude não configura um crime.

"Pra mim a Justiça de Deus é a que prevalece. Eu tenho comigo que fiz a minha parte, tenho comigo que ajudei aquela criança. Deus me usou para salvar a vida daquela criança. Então, se ele me usou e fez de mim um instrumento, eu estou feliz”, disse Wemerson Marques à reportagem da Itatiaia.
Fonte: Itatiaia