REUNIÃO - A juíza Valéria Rodrigues da Silva (primeira à esquerda) recebeu representantes da Sectes, parceira no projeto
Ampliar a bem-sucedida experiência de oferecer cursos profissionalizantes à distância para adolescentes que cumprem medidas sócio-educativas em regime fechado. Com esse objetivo, reuniram-se no Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional de Belo Horizonte (CIA-BH), na tarde de 13 de setembro, a juíza Valéria Rodrigues da Silva, titular da Vara de Atos Infracionais de Belo Horizonte, e representantes da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes).
Parceiros em uma iniciativa que oferece telecentros profissionalizantes nas unidades restritivas de liberdade do Estado, o CIA-BH e a Sectes manifestaram o desejo conjunto de oferecer a mais adolescentes o acesso aos conteúdos produzidos e transmitidos à distância para os que estão internados nesses espaços. Atualmente, duas unidades localizadas no bairro Horto, na capital mineira, já oferecem esses cursos, e a ideia é estender a iniciativa a todas as outras 20 unidades de internação de adolescentes infratores do Estado.
“Trata-se de um projeto que tem apresentado grande êxito, com importante resultado de resgate social”, declarou o subsecretário de Estado de Inclusão Digital, Vicente Gamarano, que manifestou o compromisso da Sectes com o projeto e indicou que órgão poderá oferecer equipamentos, mobiliário e tecnologia para que a expansão aconteça.
“Com os cursos, os adolescentes que cumprem medidas sócio-educativas em regime fechado terão maior chance de inclusão social ao saírem das unidades de internação; a capacitação os ajudará na busca do primeiro emprego. Essa parceria é muito importante, pois nosso compromisso é socializar, capacitar e formar esses adolescentes”, afirmou a juíza Valéria, que iniciará novas articulações, que incluirão a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), a fim de ampliar a iniciativa.
Mercado de trabalho
Os telecentros são salas com computadores que possuem conteúdos profissionalizantes, disponibilizados pela Sectes. Cursos de office-boy, digitação, auxiliar de escritório, introdução à informática, entre outros, sempre com a qualificação voltada para o mercado de trabalho. “Atualmente, os telecentros oferecem 20 cursos diferentes. Até o final do ano, serão disponibilizados mais 40 cursos”, conta Kellen Cristine, diretora de Desenvolvimento e Ensino da Sectes.
Na avaliação do articular interinstitucional da Vara de Atos Infracionais de Belo Horizonte, Anderson Tadeu, os cursos profissionalizantes podem contribuir para estancar o ciclo perverso de retorno do adolescente para as práticas infracionais. “O jovem passa a ter novas portas para a entrada na economia formal e passa a planejar a sua vida num horizonte a médio e longo prazo, já que se torna menos propenso ao imediatismo do consumismo alavancado pelas drogas”, conclui.
Fonte: TJMG