A Diretoria Amagis Mulheres realizou, nesta terça-feira, 23, mais um encontro do Clube de Leitura, quando foram debatidos vários contos dos escritores Petrônio, Eça de Queiroz, Honoré de Balzac, Katherine Mansfield, Virginia Woolf e Colette.
De acordo com a juíza do Tribunal de Justiça Militar de Minas Gerais, Daniela de Freitas Marques, o fio condutor dos contos foram os retratos das mulheres na sociedade. “A oportunidade oferecida pela Amagis significa não somente o encontro profundo com a cultura, as artes e a beleza, mas, sobretudo, o estabelecimento de um diálogo sobre os caminhos da literatura, as experiências de vida e o aprofundamento do estudo da alma humana. Acho que foi Jorge Luís Borges quem disse: a leitura de um livro nos remete a todos os livros. Encontramos naqueles que viveram antes, as perguntas às nossas angústias e aos nossos anseios; aos nossos desejos e às nossas perdas.”, destacou.
Para a magistrada, a obra se imortaliza enquanto lida por diversas pessoas em diferentes tempos e lugares, em um exercício de espelhamento de si mesmo, naquelas histórias eternizadas em seu tempo e espaço. “Ler é viver. As vozes do passado nos alcançam; a memória e a lembrança são perpetuadas. Ler é fugir do tempo e caminhar na eternidade. Flaubert queixava-se que Madame Bovary viveria eternamente e ele, simplesmente estava morrendo. Mas a verdade é que se estamos fadados à morte e se o tempo voraz nos devora: a arte e a literatura são o triunfo do espírito humano, pequeno fragmento da chama divina”, avaliou.
Segue a apresentação dos contos reunidos para esse encontro do Clube de Leitura:
"(...) Quem somos nós, as mulheres? Como somos representadas na arte e como escolhemos nos representar? O estudo do eterno feminino é, em essência, o estudo da nossa alma: sonhos e pesadelos, medos e esperanças, dores e sacrifícios. A escritora belga Marguerite Yourcenar escreve: “Eu vi na minha alma/a cinza e a chama”. Seremos cinzas e nos alimentamos da memória dos nossos mortos, mas somos o bruxulear das chamas — sarças ardentes no deserto do silêncio das que nos antecederam e candeias luminosas para o tempo que virá. Os contos aqui reunidos nos convidam a percorrer essas nuances da existência feminina. São histórias que refletem vidas, pensamentos e sentimentos, revelando, em cada narrativa, fragmentos de espelhos que nos devolvem imagens nunca inteiramente reais, sempre atravessadas por luzes e sombras."