Magistradas se reuniram na noite de terça-feira, 19 de agosto, para mais uma edição do Clube de Leitura, promovido pela Diretoria Amagis Mulheres. O encontro, realizado de forma remota, debateu o livro "Quem Será Contra Nós", escrito pela juíza Sílvia Paiva Ramos, da Comarca de Santos Dumont, e integrante da Amagis Mulheres.

O livro, publicado pela editora Reformatório, pode ser adquirido neste link

O Clube de Leitura tem como objetivo criar um espaço de partilha entre associadas da ativa e aposentadas, promovendo o diálogo por meio da literatura. Nesta edição, as participantes tiveram a oportunidade de debater o livro com a própria autora, que respondeu a dúvidas sobre o processo de escrita e os temas tratados na obra.

A diretora da Amagis Mulheres, desembargadora Paula Cunha e Silva, destacou o quanto o Clube de Leitura tem se tornado um espaço acolhedor e ressaltou a necessidade de levar as ações da diretoria para diferentes regiões do estado. “Esse é um espaço que está se consolidando. Este foi um encontro especial porque tivemos a oportunidade de falar sobre o livro da nossa amiga e curadora, Sílvia Paiva. A Amagis Mulheres tem cada vez mais trabalhado pela interiorização das ações, porque é fundamental que a gente tenha representantes em todo o nosso estado”, afirmou a magistrada.

A juíza Sílvia Paiva Ramos ressaltou a alegria de compartilhar sua obra com as colegas e falou sobre a riqueza das reflexões que surgiram a partir da leitura. “O encontro foi marcado por uma troca profunda com amigas e colegas magistradas, que partilharam comigo impressões e sentimentos despertados pela obra. Conversamos sobre os limites da justiça e os desafios humanos que enfrentamos em nossa profissão, além de temas como a manipulação por meio da fé e o amor, que também estão presentes na narrativa. Foi um momento de reflexão coletiva e de fortalecimento dos laços que nos unem. Agradeço à Amagis Mulheres e a todas as participantes por essa experiência inesquecível, que reafirma o valor da literatura e do Clube de Leitura como espaço de diálogo e de encontro”, afirmou Sílvia Ramos.

Leia a sinopse

A vida de Cristina é subitamente rearranjada quando seus pais decidem seguir um pastor, entregando o único bem da família para uma vida de reclusão. A promessa de salvação os leva a uma fazenda isolada no interior de Minas Gerais, onde Cristina se vê presa numa rotina cercada de regras rígidas e trabalho exaustivo.

Enquanto sua mãe adoece e o ambiente ao seu redor se torna cada vez mais opressivo, Cristina começa a compreender a razão por trás da decisão de seu pai. Entre a lealdade familiar e o desejo de escapar, ela tenta encontrar uma brecha para a liberdade em meio a uma teia construída pela devoção e servidão, na qual fé e medo se misturam.

Um romance vigoroso e inquietante, sobre a luta de uma jovem para redefinir seu caminho, sobre os limites da autonomia individual e da justiça, um retrato da sociedade que enxergamos somente por meio das frestas, em que a fazenda é o recorte de um Brasil contemporâneo, desamparado pelo estado e dragado para um passado moralista de impiedosa exploração.