A convite do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG), o coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luís Geraldo Sant’Ana Lanfredi, esteve na segunda-feira (9/3) em Belo Horizonte para detalhar o Projeto Audiência de Custódia ao TJMG e a representantes do governo do estado. O projeto, desenvolvido pelo CNJ em parceria com o Ministério da Justiça e o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), busca garantir a rápida apresentação do preso a um juiz nos casos de prisão em flagrante.

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Em reunião realizada na sede do TJMG, as principais diretrizes do projeto foram detalhadas ao desembargador Luiz Carlos de Azevedo Corrêa Junior, que representou o presidente do TJMG, desembargador Pedro Carlos Bitencourt Marcondes, ao presidente da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis), desembargador Herbert José Almeida Carneiro, à juíza auxiliar da Presidência do Tribunal, Eveline Felix, e o juiz titular da Vara das Execuções Penais de Governador Valadares, Thiago Colnago.

Segundo a juíza Eveline Felix, até o fim desta semana o TJMG deverá publicar portaria criando um grupo de trabalho para analisar a implantação de um projeto-piloto na cidade de Belo Horizonte. “Há uma orientação da presidência do tribunal para que isso se torne realidade em Minas o mais rápido possível”, afirmou a magistrada. A comissão será formada por representantes dos órgãos que terão participação no projeto (TJMG, Defensoria Pública, Ministério Público e Secretaria de Estado de Defesa Social).

Central de flagrantes – O TJMG possui em Belo Horizonte estrutura apropriada para receber as audiências de custódia, a chamada central de flagrantes, para onde já são direcionados todos os autos de flagrante delito da capital mineira. A central também conta com a participação de representantes do Ministério Público e da Defensoria Pública, e deverá ser reforçada pela composição de uma estrutura de células alternativas ao encarceramento provisório, previstas no projeto do CNJ.

Para a juíza Eveline Felix, a possível implementação, em Belo Horizonte, do projeto desenvolvido pelo CNJ seria uma forma de complementar um trabalho que já é realizado pela central de flagrantes, mas que hoje prescinde da presença do preso em flagrante. Na central de flagrantes, hoje, o juiz faz apenas uma análise do flagrante contando para tanto com os autos da prisão formalizados na delegacia. “Com a presença do preso, a central de medidas alternativas e a avaliação do juiz, poderão ser tomadas várias medidas que não apenas a manutenção da prisão”, disse.

Segundo o desembargador Herbert Carneiro, a central que existe hoje recebe entre 10 e 15 flagrantes por dia durante a semana e cerca de 45 nos finais de semana. “A comissão deverá analisar essa demanda e pensar na estrutura que será necessária para a implementação da experiência”, afirmou o presidente da Amagis. A ideia é que a estrutura já existente da central de flagrantes seja aproveitada e reforçada com a criação de opções concretas ao encarceramento provisório, conferindo efetividade às audiências de custodia.

A visita do coordenador do DMF terminou com um encontro na Secretaria de Defesa Social. Na ocasião, o titular da pasta, Bernardo Santana, e seu adjunto, Rodrigo Teixeira, além do subsecretário de Administração Prisional, Antônio de Padova Marchi Júnior, tomaram conhecimento do projeto e apresentaram apoio a sua implantação na capital mineira, sinalizando, inclusive, a possibilidade da participação de delegados do Núcleo de Pacificação Social e Conflito Criminal da Polícia Civil como mediadores penais.

Fonte: CNJ