O conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Ives Gandra Martins Filho, negou pedidos de liminares que questionavam a limitação de horário de circulação para adolescentes, o chamado "toque de recolher", em três municípios brasileiros. O conselheiro analisou liminarmente, na última quinta-feira (20/08), os pedidos de controle administrativo (PCAs 200910000036752, 200910000036193 e 200910000036170) interpostos no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por Luiz Eduardo Auricchio Bottura.
Com a decisão, ficam mantidos os horários impostos aos menores, pelo Judiciário local, para as cidades de Ilha Solteira (SP), Santo Estevão (BA) e Patos de Minas (MG), até que o plenário do Conselho analise o mérito do assunto.
“A experiência está demonstrando o caráter salutar das medidas adotadas, devolvendo o sono aos pais e contribuindo para a não deformação dos jovens, em defesa de seu próprio interesse", disse o ministro Ives Gandra Martins Filho na análise dos pedidos de liminares, em que afirmou o direito de ir e vir do menor não é absoluto. Em seu voto, o ministro também mencionou que há “extrema controvérsia em torno da matéria”.
Nos pedidos, Luiz Eduardo Auricchio Bottura pede a suspensão da portaria 002/2009, do Juiz de Direito da Vara Única da Comarca de Ilha Solteira (SP), da portaria 003/2009, da Vara da Infância e da Juventude de Patos de Minas (MG) e da portaria 010/2009, da Vara Única da Comarca de Santo Estevão (BA). Essas portarias proíbem a participação de menores em eventos, festas ou shows onde houver venda de bebida alcoólica, sem prévia autorização, e a proibição de permanência de menores fora de casa após as 23 horas, quando desacompanhados de pais ou responsáveis.
Em junho, o CNJ já havia se pronunciado liminarmente sobre o assunto. O conselheiro Marcelo Nobre também negou o pedido de suspensão da portaria 001/2009 da Juíza titular da 3ª Vara Cível da Comarca de Nova Andradina (MS). O pedido de controle administrativo 200910000027933 proposto por Luiz Eduardo Bottura pedia a suspensão da portaria para acabar com o toque de recolher na cidade.
Além desses quatro pedidos que já tiveram liminar negada, há mais dois sobre o tema em tramitação no Conselho. O PCA 200910000023514 proposto por Jaques Souto Ferreira contesta a portaria da Vara da Infância e Juventude de Patos de Minas. Esse pedido também teve liminar negada pelo conselheiro Ives Gandra, no dia 15 de agosto, e aguarda inclusão na pauta da sessão plenária para julgamento. Já o PCA 200910000023850, também proposto por Bottura, não tem pedido de liminar e aguarda informações da Comarca de Itajá (MG). Todos os seis pedidos que questionam o toque de recolher estão sob a relatoria do ministro Ives Gandra Martins Filho.
Fonte: Agência CNJ de Notícias
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