A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou nesta quinta-feira (26), por meio de votação secreta, o nome do ex-ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota para ocupar o cargo de representante do Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU). A indicação ainda precisa ser apreciada pelo plenário do Senado.

Patriota deixou o comando do Itamaraty após a ação comandada por um diplomata que levou o senador boliviano Roger Pinto Molina a deixar a embaixada do Brasil em La Paz sem autorização do governo boliviano, do senador da Bolívia Roger Molina. Condenado pela Justiça boliviana, Molina foi mantido emasilo político na embaixada por mais de 450 dias até o dia em que fugiu, em um carro oficial brasileiro.

Após o episódio, o Palácio do Planalto anunciou que Patriota deixaria de ser ministro e se tornaria embaixador do Brasil na ONU, no lugar de Luiz Alberto Figueiredo, que passou a comandar o Ministério das Relações Exteriores.

A aprovação do nome de Patriota nesta quinta ocorreu logo após sabatina do ex-ministro pela comissão do Senado.

Durante a sabatina, Patriota lembrou o discurso da presidente Dilma Roussef na abertura da Assembleia-Geral da ONU, nesta terça-feira, quando ela afirmou que ações de espionagem dos Estados Unidos no Brasil “ferem” o direito internacional e “afrontam” os princípios que regem a relação entre os países.

Para Patriota, são necessários mecanismos multilaterais para garantir a soberania e a privacidade dos países.

“A cortina caiu. Toda espionagem e interferência eram justificados pelo suposto combate ao terrorismo e pela proteção da vida. Isso caiu por terra, porque você não espiona a Petrobras para proteger contra o terrorismo”, disse Patriota.

Entre os temas que deverão ser debatidos no período em que estiver à frente da representação brasileira na ONU, Patriota disse esperar a discussão sobre mudanças no Conselho de Segurança da organização, onde o Brasil pleiteia uma assento permanente.

“Existe a questão da governança, onde entra questão da reforma do Conselho de Segurança. E existe toda essa problemática da Primavera Árabe, Síria, Palestina, questões de segurança internacional. Não faltarão assuntos”, declarou, após ter o nome aprovado pelo colegiado de senadores.

Fonte: G1