Antes do início da sessão, alguns desembargadores se manifestaram em despedida ao desembargador Célio Paduani. O desembargador Roney Oliveira, que foi colega de turma do desembargador Célio Paduani na Faculdade de Direito da UFMG, foi o primeiro a se manifestar. Ele lembrou da época da faculdade e ressaltou as qualidades de César Paduani, a quem chamou de ‘polígrafo’. “Vossa Excelência consegue ser grande na área jurídica, da poesia, filosofia, execuções penais, além de ter diversos livros publicados. Desenvolveu uma carreira brilhante no Ministério Público, candidatou-se à vaga do MP no extinto Tribunal de Alçada de onde veio promovido para esta Casa. Todos os lugares por onde passou, Paduani brilhou sem perder a simplicidade, sem perder a ternura e sem negar sua origem humilde. É um lutador. Lutou e venceu todas as suas batalhas, inclusive como Corregedor de Justiça, está quase a completar seu biênio. César Paduani nunca recusou qualquer missão, como a difícil missão de ser o Corregedor-Geral de Justiça como foi. Cumpriu essa árdua função com muita eficiência, tratando o jurisdicionado e os juízes de igual para igual. Não deixou de cumprir o seu dever. É com muita saudade que me despeço de Vossa Excelência e creio estar interpretando o sentimento de todos os colegas.”, disse.
O desembargador Belizário de Lacerda parabenizou o desembargador Célio Paduani pelas obras que já publicou, às quais rendeu elogios. O magistrado sugeriu ao corregedor que que desenvolva uma obra jurídica de sua autoria. “Eu acredito que todos nós sentiremos muito a sua falta”, afirmou.
A desembargadora Jane Silva, superintendente adjunta da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) e diretora do Centro de Estudos da Magistratura da Amagis, agradeceu ao colega pela contribuição que sempre deu ao Centro de Estudos Jurídicos Juiz Ronaldo Cunha Campos, vinculado à Ejef. “Se não fosse a ajuda de Vossa Excelência, a escola não teria chegado aonde chegou. Sempre quis agradece-lo publicamente pela contribuição”, afirmou.
O desembargador Célio Paduani agradeceu a todas as manifestações, lembrou do início de sua carreira no jornalismo, destacou toda sua trajetória na magistratura e contou que começou a vida como engraxate nas escadarias do santuário de Santo Antônio, em Divinópolis. “Nunca pensei que chegaria a tanto. Guardarei imensas saudades deste Tribunal de Justiça como guardo do glorioso Tribunal de Alçada. Sentirei saudades infinitas da Corregedoria-Geral de Justiça, dos meus colegas de trabalho, bem como de todos os funcionários. Errar é humano, mas procurei acertar sempre”, afirmou o desembargador que completa 42 anos de serviço público.
Para o presidente da Amagis, juiz Bruno Terra, “o desembargador Célio Paduani exerceu com brilhantismo todos os cargos públicos que ocupou. Ultimamente vem ocupando a Corregedoria-Geral de Justiça, verdadeiro ápice de sua carreira e desafio que poucos conseguem superar com igual desenvoltura. A ele todas as nossas homenagens pelo grande homem público que é; pelo amigo que sempre foi e continuará sendo; pelo magistrado que deu tantos exemplos todos nós. Neste momento, só podemos parabenizar o desembargador Célio César Paduani por tudo que fez e desejar que seu exemplo encontre eco em tantos que seguiram sua carreira, que o conhecem e que o tem como modelo para sua vida profissional”, disse.
Natural de Divinópolis, Célio César Paduani formou-se em Direito pela Faculdade de Direito da UFMG. É mestre em Ciências Penais, com defesa de trabalho científico; doutor em Filosofia; pós-graduado em Direito Público; fez curso de Filosofia; é bacharel em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras de Caratinga. No Ministério Público, atuou como Promotor de Justiça nas comarcas de Mutum, Ipanema, Governador Valadares, Divinópolis e Belo Horizonte. Jornalista profissional, foi membro do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais e da Associação Mineira de Imprensa. Foi membro também da União Brasileira de Escritores. Já deu aulas nas faculdades de Direito do Vale do Rio Doce, Divinópolis, Itaúna e em Belo Horizonte, nas faculdades Milton Campos, PUC/Minas, Fumec e Promove. No Ministério Público, atuou como Procurador de Justiça até 1992. No Tribunal de Alçada atuou como juiz entre 1992 e 1999, quando assumiu o cargo de desembargador do TJMG. Foi vice-corregedor-geral de Justiça do Estado de Minas Gerais de 2006 à 2008, quando assumiu a corregedoria-geral. Célio Paduani tem nove livros publicados e é membro do Conselho Editorial da revista MagisCultura, da Amagis.