A decisão do tribunal, que deve encerrar uma das últimas disputas territoriais na América Latina, concedeu mais da metade dos 38 mil km² em litígio ao Peru. O Chile, porém, manteve a rica região costeira compreendida em até 80 milhas em uma linha reta a partir da costa, área muito importante em razão da atividade pesqueira realizada na região pelos chilenos.
As decisões da CIJ são inapeláveis e o cumprimento é obrigatório pelos dois países. Os dois países se comprometeram a acatar a decisão, que a longo prazo, deve melhorar as relações entre as duas economias, cujo comércio bilateral em 2013 ultrapassou os US$ 3 bilhões e deve aumentar neste ano.
"A Corte espera que as partes determinem essas coordenadas com o espírito da boa vizinhança", afirmou o presidente do tribunal, Peter Tomka, ao explicar que caberá ao Peru e ao Chile marcar precisamente os limites das fronteiras.
"Hoje, a Corte Internacional de Justiça de Haia confirmou, em substância, os argumentos da posição chilena", afirmou o presidente do Chile, Sebastián Piñera, em Santiago.
"O Peru está satisfeito com o resultado desta opção de paz", disse o presidente do Peru, Ollanta Humala, em Lima. "Serão tomadas ações imediatas e medidas necessárias para a sua rápida implementação", disse ele.