Começou ontem por volta de 13h a instrução do processo do borracheiro acusado de matar a ex-mulher, a cabeleireira M.I.M., no dia 20 de janeiro deste ano, em Belo Horizonte. Foram ouvidas três testemunhas de acusação, outras duas foram dispensadas. Das oito de defesa que estavam previstas, foram ouvidas cinco.

A defesa, representada pelos advogados Ércio Quaresma e Claudinéia Carla Calabund, insistiu, no entanto, em ouvir as três testemunhas que não foram localizadas para a audiência de hoje. Diante disso, a juíza Maria Luiza de Andrade Rangel Pires, que presidiu a audiência de instrução, determinou a abertura de prazo para que a defesa forneça o endereço das testemunhas faltosas ou as substitua por outras.

Ficou marcada para o próximo dia 9 de abril, às 13h, audiência para continuar a instrução do processo. Defesa e Ministério Público, hoje representado pelos promotores Marino Cotta e Andréa Basílio Gollop, além do assistente de acusação, Marco Antônio Siqueira, terão prazo para apresentar alegações finais. Encerrada esta fase, será decidido se o réu vai a júri popular.

Dentre as testemunhas presentes, indicadas pela acusação, compareceu uma amiga da vítima. Ela afirmou ter dado abrigo à cabeleireira quando o salão de beleza, onde ela trabalhava e dormia, foi danificado pelas chuvas de janeiro. Revelou que havia presenciado algumas vezes o réu ameaçar a vítima por telefone. Também ela e outras pessoas próximas da vítima, foram ameaçadas por ele. Em pelo menos uma ocasião, na festa de um Motoclube do qual o casal era freqüentador e tinha amigos em comum, disse ter presenciado uma agressão à cabeleireira.

Outra testemunha foi a menor que estava presente no momento do assassinato e que aparece, nas imagens da câmera de segurança, correndo para os fundos do salão no momento dos disparos. Uma das irmãs da vítima também depôs e reforçou o comportamento ciumento do acusado e as constantes agressões que a irmã sofrera. Ela revelou que um dos motivos de desentendimento do casal foi o pedido da vítima para que o réu procurasse um tratamento de infertilidade, pois queria ser mãe e um exame apontou que o réu não poderia ter filhos.

Das cinco testemunhas de defesa ouvidas, três delas conheciam o réu de encontros de motoclube do qual fizeram parte, sendo que duas eram militares. Foi ouvido ainda um militar vizinho do acusado. Ele declarou ter acompanhado o crescimento profissional do réu em mais de 15 anos de trabalho na borracharia. Nesse período, afirmou que jamais soube de qualquer conduta violenta do borracheiro.

Fonte: TJMG