Nesta terça-feira, 14 de março, a Ejef (Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes) realizou a primeira reunião in loco do Curso de Implantação do Modelo de Gestão Judicial, aberto em fevereiro último. A atividade, denominada primeiro ritual de gestão, foi realizada na 4ª Vara Cível da Comarca de Contagem, e conduzida pelo consultor e professor Luís Antônio Capanema Pedrosa.

Curso

Foto: Marcelo Albert

Inicialmente, o professor apresentou o conceito de modelo de gestão, lembrando que a gestão precisa de dois ciclos, que se realizam a longo prazo (projetos) e a curto prazo (rotinas). “O ciclo de gestão inicia-se de maneira simples e depois vai se tornando mais complexo. Ele traz propósito para o que a gente faz, sentido amplo para o trabalho”, explicou o consultor.

Os pilares do modelo de gestão – estratégia, estrutura, calendário de ações, rotinas e projetos, metas e indicadores – também foram abordados na reunião. O professor Luís Pedrosa destacou que, para implantar o modelo de gestão, é necessário fazer um diagnóstico da situação. E é esta a fase vivenciada na 4ª Vara Cível de Contagem – o estágio em que se entende o presente para pensar o futuro.

Ainda em sua apresentação, Luís Pedrosa citou as diferenças entre projetos e rotinas. Enquanto os projetos têm início, meio e fim, alto nível de aprendizado, desconforto e imprevisibilidade, as rotinas repetem-se indeterminadamente, mostram-se sem desafios e são previsíveis. “O que nos tira da zona de conforto são as novidades. Enquanto estamos focados na rotina, não evoluímos”, ponderou.

As etapas do planejamento estratégico – diagnóstico, tratamento e manutenção – também foram discutidas. “Para construir o futuro, precisamos entender o presente e estabelecer objetivos, prioridades, foco. A partir de uma ideologia, composta de missão, visão e valores, planejamos e executamos”, destacou o professor.

Diagnóstico

Nessa primeira etapa in loco do curso, a equipe da 4ª Vara Cível apresentou as tarefas realizadas no dia a dia por cada servidor, as situações que os incomodam no trabalho e as melhorias pretendidas. Diminuir o acervo da vara estava entre as metas desejadas. Das situações que incomodam a rotina da secretaria, foram citadas a colocação de processos sobre as mesas sem anotação do motivo ou da dúvida e a interrupção do trabalho para atender a alguma solicitação.

A equipe também apresentou algumas novidades implantadas no setor a partir do desenvolvimento desse curso que têm facilitado e aprimorado o trabalho da secretaria. Entre essas medidas, destacam-se a criação de um espaço para receber os processos devolvidos do gabinete e a triagem de petição para juntada.

Ao final do encontro, o consultor Luís Pedrosa mostrou-se otimista com os resultados, elogiando as iniciativas adotadas. “Já estamos melhorando, sem sofrimento, ouvindo cada um se posicionar sobre o que o incomoda. Para a próxima reunião, cada um deverá pensar em melhorias para o trabalho, considerando as situações que incomodam, para que sejam compartilhadas”, propôs.

Na avaliação da juíza da 4ª Vara Cível, Mônica Silveira Vieira, a iniciativa estimulou a equipe a pensar em inovações. “Tanto o Programa de Desenvolvimento Gerencial quanto o Curso de Implantação do Modelo de Gestão Judicial têm nos dado suporte teórico e prático para criar o movimento de sairmos da zona de conforto e analisar nossa situação, detectar os pontos fortes, controlar os fracos e pensar nos resultados de forma sistemática. Temos realizado reuniões para colher sugestões, negociar medidas, definir ações. Tem sido um movimento de controle e esperança”, declarou.

Essa reunião será realizada em outras cinco unidades judiciárias, tendo em vista a necessidade de investir na formação gerencial de magistrados e buscar a melhoria da prestação jurisdicional.

Fonte: TJMG