A sessão desta terça-feira, 22/8, da 1ª Câmara Cível do TJMG foi marcada por homenagens ao desembargador Geraldo Augusto de Almeida, superintende-adjunto do TJMG e integrante da Câmara, que se aposenta no próximo dia 28.
A sessão foi conduzida pelo presidente da Câmara desembargador Armando Freire e contou com a presença do presidente da Amagis, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, do presidente e vice-presidentes do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, ex-presidentes do TJMG e desembargadores das demais câmaras, além de familiares, assessores e amigos do magistrado homenageado.
Em nome da magistratura mineira, o presidente Luiz Carlos Rezende e Santos fez um agradecimento ao desembargador Geraldo Augusto por sua generosidade, lealdade e comprometimento com a Justiça e com os colegas. “Aqui entre nós, magistradas e magistrados, o senhor tem muitos ‘filhos jurídicos’, entre os quais me incluo. E, neste momento, nos resta dizer que tentaremos de toda forma honrar seu legado, aquilo que o senhor mais nos ensinou, que é a serenidade que o juiz e a juíza devem ter. Sempre ouvir o outro, se colocar no lugar do outro. Quero agradecer por tudo o que o senhor nos ensinou e dizer que onde o senhor estiver, permanecerá intensamente em nossos corações”, disse o presidente da Amagis.
O ministro do STJ, João Otávio de Noronha, enviou mensagem ao magistrado homenageado que foi lida pelo presidente da sessão, desembargador Armando Freire. No texto, o ministro cumprimenta Geraldo Augusto pelos mais de 40 anos dedicados à Magistratura. “Neste momento em que o amigo deixa o Judiciário, manifesto meu reconhecimento pelo trabalho que desenvolveu com notável equilíbrio e expressão, assumindo desafios que levaram a Justiça mineira a tornar-se ainda melhor e mais humana”, disse por mensagem o ministro Noronha.
Presidente da 1ª Câmara Cível, o desembargador Armando Freire, ressaltou o comprometimento do homenageado com a Justiça. “Sua Excelência soube inequivocadamente buscar as melhores soluções para os graves problemas que afligem nosso Judiciário, conhecendo como poucos as entranhas desta casa e suas carências. Em meio a tudo isso, soube cativar o respeito e a simpatia dos seus pares e jurisdicionados, sendo amável, firme e positivo no seu modo de agir. Toda nossa irreverência ao nosso colega de muitos atributos que fez de sua vida adulta um sacerdócio dedicado à plenitude do compartilhamento, distribuindo Justiça e operando o Direito” afirmou Armando Freire.
O presidente do TJMG desembargador José Arthur de Carvalho falou da trajetória, segundo ele, inatacável, do magistrado Geraldo Augusto, e destacou algumas de suas principais características, entre elas, a abertura para o diálogo. O presidente agradeceu a contribuição do desembargador em sua gestão como superintendente adjunto do Tribunal. “Sentiremos falta de sua presença neste Tribunal, que permanecerá, constantemente, de portas abertas à Vossa Excelência. O senhor é um farol a nos iluminar com o seu exemplo. E como marca de sua passagem por essa gestão, pela qual sou muito grato, fica a doçura da abertura permanente para o diálogo e os esforços para tornar essa gestão cada vez mais participativa, certo de construções coletivas são sempre mais ricas”, disse.
Para o desembargador Alberto Vilas Boas, 1º vice-presidente do TJMG, Geraldo Augusto tem aquilo que de melhor Deus imaginou para o ser humano: compaixão e solidariedade, além de acalmar a todos em momentos de turbulência. “Hoje quero celebrar a vida institucional do desembargador. A aposentadoria é um marco temporal que todos nós vivenciaremos um dia. Das vezes em que tive oportunidade de participar de uma despedida, esta é uma das poucas em que vi o plenário tão repleto de colegas, servidores, advogados e membros do Ministério Público. Isso demonstra o quanto o desembargador foi importante para solidificar a imagem de um Poder Judiciário independente, autônomo e atento às demandas da sociedade”, disse.
Também presente à solenidade, o 2º vice-presidente do TJMG desembargador Renato Luís Dresch falou de sua emoção em participar da homenagem e despedida de Geraldo Augusto. “O desembargador sempre foi um homem de temperança jurídica, de ponderação. Na minha carreira tenho inúmeras passagens que me lembram que com ele me aconselhei. O Tribunal de Justiça perde com sua aposentadoria, mas tenho certeza de que não será um momento de inatividade. Sua capacidade cognitiva está intacta e permitirá que o senhor seja um colaborador interno e um conselheiro de muitos colegas deste Tribunal, que necessita de palavras de temperança, amizade e conciliação. Por um lado, me entristeço, mas por outro fico feliz porque sei que será uma nova fase de sua vida e que saberá curti-la com sua linda família”, afirmou.
Para o corregedor-Geral de Justiça, desembargador Luiz Carlos Corrêa Júnior, Geraldo Augusto é considerado um discípulo da Magistratura. “Nós, magistrados das montanhas mineiras, sempre tivemos no desembargador uma referência. Embora nascido na Zona da Mata, Geraldo Augusto de Almeida fez grande parte de sua carreira nas terras altas de Minas, em Passa Quatro, Três Corações e Santa Rita do Sapucaí. Desde então, sempre foi tido como referência por todos aqueles que passavam por esses locais. Não apenas por sua amizade, mas também por sua orientação jurídica. E nessa seara, algo que também sempre me tocou foi ver que o desembargador tem uma plêiade de jovens juízes que são seus grandes amigos. É um exemplo que foi disseminado aos jovens magistrados. Portanto, embora este seja um momento de despedida, também é de celebração porque o desembargador, apesar de deixar o dia a dia de convivência entre os colegas, sua aposentadoria entra indelevelmente para a história do nosso Tribunal de Justiça”, disse.
O desembargador Nelson Missias de Morais, ex-presidente da Amagis e do TJMG, falou de sua admiração por Geraldo Augusto, “homem da transição, homem da fé, da paz e que construiu sua trajetória incrementada por sonhos e aspirações”. Segundo Nelson Missias, Geraldo Augusto hoje colhe os frutos de sua grande obra. “Fico admirado, embora não surpreso, com seu prestígio. Poucas vezes vi tantas pessoas em um mesmo ambiente abraçar e homenagear um colega. O senhor é um homem que viveu sua vida construindo a paz por meio da sua jurisdição e de seus conselhos aos amigos. O senhor é um conselheiro nato. Um homem introspectivo e de humor refinado”, afirmou.
Demais desembargadores e integrantes das demais câmaras do Tribunal, membros do Ministério Público, advogados, assessores e familiares aderiram às homenagens e manifestaram carinho, admiração e apreço pelo magistrado.
Geraldo Augusto agradeceu as palavras e manifestações de todos, segundo ele palavras muito generosas, frutos das almas leves e elevadas dos pares. “Elevo meu agradecimento a tudo que vivi, que estou vivendo e ainda viverei. Saio de cena e deixo o palco da Magistratura muito reconhecido e grato a tudo e a todos que se encontraram e se encontram comigo nesta jornada. Agradeço, particularmente, à divina providência por ter suprido minhas dificuldades humanas durante esses anos”, afirmou o homenageado, sendo aplaudido de pé por todos os presentes.
Mineiro de Juiz de Fora, Geraldo Augusto de Almeida ingressou na magistratura em 1977 e foi juiz nas comarcas de Ibiraci, Passa Quatro, Santa Rita do Sapucaí, Três Corações e Belo Horizonte. Atuou no Tribunal de Alçada. É desembargador desde março de 2002.
Foi presidente do TRE-MG de 2014 a 2015, primeiro vice-presidente do TJMG de 2016 a 2018, assumindo a presidência do Tribunal de abril a junho de 2018. Na atual gestão, Geraldo Augusto de Almeida assumiu a superintendência-adjunta da Presidência do TJMG.