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O desembargador Guilherme Luciano Baeta Nunes participou nesta terça-feira (05/12) de sua última sessão como membro da 18ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em função de sua aposentadoria compulsória, a partir de 10 de dezembro próximo. Para homenageá-lo, no encerramento desta etapa da vida, desembargadores da ativa e aposentados, familiares, operadores do direito e servidores do Tribunal se reuniram no plenário da Unidade Raja, onde aconteceu a sessão.

Dirigindo algumas palavras ao homenageado, o desembargador José de Anchieta da Mota e Silva, que presidiu a sessão, e o desembargador Arnaldo Maciel Pinto, também integrante da câmara, destacaram o brilhantismo da carreira percorrida pelo desembargador Guilherme Luciano, ao longo das quatro décadas em que se dedicou à magistratura. Desejando boa sorte ao homenageado, eles ressaltaram, em especial, o exemplo de retidão de Guilherme Baeta que, nas palavras do desembargador Arnaldo Maciel Pinto, enobreciam a magistratura.

Colega de câmara do homenageado, o desembargador João Câncio de Mello Junior também proferiu algumas palavras, enaltecendo as qualidades ímpares do desembargador que se despedia do TJ. “Seja feliz e, sobretudo, muito obrigado”, disse. Dirigindo-se ao homenageado como “grande colega, grande amigo”, o desembargador Delmival de Almeida Campos também aderiu aos tributos, desejando alegria ao desembargador Guilherme Baeta.

O 1º vice-presidente do TJMG, desembargador José Tarcízio Almeida Melo, pediu a palavra para destacar que se sentia honrado em comparecer à sessão de homenagem ao desembargador Guilherme Luciano. “Vossa Excelência é um exemplo para nós, seus colegas”, declarou. Lembrando que a data era a mesma em que se comemorava o dia de São Francisco Xavier, disse que lançava os olhos, naquele momento sobre os Livros dos Salmos, mais especificamente na evocação da Justiça.

“A Justiça dá aconchego aos que mais precisam, à camada do povo mais carente. Os senhores juízes que trabalham tanto, um trabalho muitas vezes espinhoso, atuando em comarcas pequenas, são testemunhas desse serviço que dá a cada um o que lhe é de direito. São homens que superam os processos, que superam as adversidades”, afirmou. Para os magistrados, ressaltou, o desembargador Guilherme Luciano era um modelo. “Vossa Excelência é uma alma caridosa e pura. Continuará conosco para sempre, onde estivermos. Que junto a seus familiares tenha continuidade de vida na plenitude e com saúde”, conclui o 1º. vice-presidente.

O homenageado foi saudado ainda pelo desembargador aposentado Unias Silva. “É com muita alegria que discurso nesta sessão, que pode ser triste para o desembargador Guilherme Baeta, mas que para mim é motivo de alegria. Agora, ele terá mais tempo para participar dos nossos encontros – festas, passeios, reuniões. Faço essa homenagem como amigo e colega”, disse. “Que Deus continue abençoando sua trajetória”, desejou.

Assessor do desembargador homenageado, Antônio Emílio do Carmo, representando todos os servidores da 18ª Câmara Cível, ocupou a tribuna para agradecer ao desembargador Guilherme Luciano pelo rico aprendizado ao longo dos anos de convivência. “Honra-nos tê-lo como amigo”, declarou.

Despedida

Ao discursar, o desembargado Guilherme Baeta Luciano agradeceu a todas as homenagens, a cada um de seus assessores e em especial à família. E recuperou passos marcantes de sua trajetória, desde que se formou em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Lembrou que atuou no Ministério Público do Estado do Espírito Santo e que ingressou na magistratura em 1973. “Sempre procurei solucionar os conflitos da melhor forma”, afirmou.

Sobre sua passagem pelas comarcas do interior de Minas, contou que em Lajinha, por exemplo, reformou o fórum, trocando piso de tábuas desgastadas por mármore, tendo reformado também o telhado do local. Em Rio Pomba e em Leopoldina, contou que fez melhorias não só nos fóruns, mas também nas cadeias, permitindo mais qualidade de vida para os presos.

“Como todos os colegas, travei o bom combate. Foram 40 anos de magistratura, mas chegou a minha vez. Não estou triste. Não estou triste. Preciso repetir isso para superar”, afirmou, emocionado. Aos presentes, afirmou que é provável que não volte a advogar e nem a lecionar. “Deixo essa tarefa para os mais jovens, que estão formando e precisam sobreviver”. Afirmou que pretende se dedicar a estudos de música e a viagens com a esposa. “Terei meu tempo ocupado”, declarou.
O desembargador agradeceu também a Deus, “por ter me proporcionado tantos amigos” e por ter permitido que ele conhecesse Luísa, a esposa “esteio da minha vida”, que, contou, tanto se sacrificou- para apoiá-lo ao longo da carreira, acompanhando-o pelas comarcas do interior. Por fim, pediu desculpas à família, pelo fato de a dedicação à magistratura por muitas vezes tê-lo privado da companhia dos familiares.
Trajetória
Natural de Conselheiro Lafaiete, o desembargador Guilherme Luciano Baeta Nunes formou-se em direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora em 1969. Atuou como defensor público em Juiz de Fora, foi promotor de Justiça no Estado do Espírito Santo e ingressou na magistratura em 1974, tendo atuado nas comarcas mineiras de Lajinha, Rio Pomba, Leopoldina e na 8ª Vara de Família de Belo Horizonte. É desembargador do TJMG desde 2005.
Ao longo de sua trajetória, recebeu várias honrarias, entre elas, a de Cidadão Honorário de Lajinha; a de Cidadão Honorário de Leopoldina; e a Medalha de Honra Presidente Juscelino Kubitschek, concedida pelo governador de Minas Gerais em 2008.

Fonte: TJMG
Foto: Marcelo Albert