A 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) se despediu ontem, 25 de fevereiro, da desembargadora Márcia de Paoli Balbino, durante a sua última sessão de julgamento na Justiça mineira. A magistrada se aposenta nos próximos dias.
“Este Tribunal foi muito de sua vida e ainda será, para você e para nós outros. Logo, para os que ficamos, esta é uma hora em que a saudade malferida ensombra nosso coração, e sobrevirá tempo em que, ao longe, você ouvirá um planger triste de sinos distantes”, disse o orador da homenagem, desembargador Luciano Pinto, após citar um trecho de despedida da "Divina Comédia", obra clássica de Dante Alighieri. E continuou: “Essas são histórias de despedidas. As despedidas têm a sua dialética: enquanto ao longe está a planger um sino triste, em antítese, assoma o som das palmas com que aclamamos o sucesso do seu percurso”.
O desembargador Luciano Pinto discursou em nome dos colegas da 17ª Câmara Cível, desembargadores Mariné da Cunha (presidente), André Leite Praça, Evandro Lopes da Costa Teixeira. Em nome da 17ª Câmara Cível, a escrivã Rosemary Prado homenageou a desembargadora e, em nome dos colegas de gabinete, falou a assistente Susan Pereira.
O vice-presidente Financeiro da Amagis, desembargador Alberto Diniz Junior, representando o presidente da Associação, desembargador Maurício Soares, subiu à tribunal e agradeceu à desembargadora pelo trabalho competente e dedicado desenvolvido no TJMG ao longo de sua carreira.
A desembargadora Márcia agradeceu aos pais, ao filho, aos colegas e servidores.
“Foi nesse convívio acolhedor de Vossas Excelências e dos demais colegas do Tribunal, neste ambiente extraordinário de cultura e de enriquecedores debates jurídicos, aliados à atuação séria e dedicada de minha assessoria e dos servidores desta câmara, que meu trabalho desenvolveu-se no Tribunal”, afirmou.
Estiveram presentes os desembargadores Lúcio Urbano (aposentado), Teresa Cristina da Cunha Peixoto, Marcelo Rodrigues, Saulo Versiani Penna, Geraldo Augusto de Almeida, entre outros.
A desembargadora ainda foi homenageada pelos advogados Raimundo Cândido Júnior, Sérgio Mourão Corrêa Lima e pelo seu filho, também advogado, Otávio Balbino. "Poderia falar em nome da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MG), que tenho orgulho de fazer parte do Conselho, mas hoje vou falar como filho, de modo que não farei uma sustentação oral, as palavras me sairão do coração, de improviso. A desembargadora Márcia foi minha primeira mestra. Aos 11 anos, eu já me sentia doutor em falências por ouvi-la falar sobre o assunto, mas quando com ela iniciei estágio acadêmico percebi que o manuseio e a compreensão dos autos era bem mais difícil do que eu imaginava. E ela, com toda a paciência, me conduziu, me ensinou, e posso dizer com orgulho que hoje muito do que sou, se é que algo sou, se deve imensamente aos seus ensinamentos e aos valores que me transmitiu, ensinando-me a atuar com integridade e caráter", afirmou Otávio.
Curriculum
A desembargadora Márcia de Paoli Balbino, natural de Belo Horizonte, tem graduação em direito pela Faculdade de Direito Milton Campos. É pós-graduada em direito público pelo IEC/ PUC Minas e em direito processual civil pela Universidade Gama Filho/CAD. Fez cursos de extensão em direito imobiliário, direito tributário, direito empresarial e contratos bancários, direito penal e processo penal.
Desembargadora desde março de 2005, Márcia de Paoli Balbino ingressou na magistratura mineira em 1987 e atuou nas comarcas de Itambacuri, Manga, Malacacheta , Teófilo Otoni, Contagem e Belo Horizonte. Foi professora orientadora de direito privado em cursos de formação inicial de juízes na Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) e professora da disciplina processo concursal na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Na década de 80 atuou como advogada nas áreas do direito civil, comercial, público e trabalhista. Ao longo de sua carreira proferiu inúmeras palestras, publicou vários artigos em revistas de referência na área do direito e foi condecorada com a Medalha Desembargador Ruy Gouthier Vilhena, o Colar do Mérito Judiciário e a Medalha da Inconfidência.
Fonte: TJMG
*Com acréscimo de informações no 4º parágrafo