A sessão desta quarta-feira, 9, da 11ª Câmara Cível do TJMG foi de homenagens e despedida da desembargadora Mariza de Melo Porto, que realizou sua última sessão por ocasião de sua aposentadoria.
Magistrados, promotores, advogados, assessores, amigos e familiares da magistrada lotaram o plenário da Câmara, na unidade Raja do Tribunal de Justiça.
O presidente do TJMG, desembargador Herbert Carneiro, fez uso da palavra e destacou a trajetória brilhante de Mariza de Melo Porto ao longo de sua carreira na magistratura. “Em tempos de crise não podemos perder a esperança e a alegria de viver, marca pessoal da desembargadora Mariza Porto. Nunca a vi, apesar das adversidades, que são muitas, que não fosse com um sorriso no rosto”, afirmou o presidente do Tribunal.
Herbert Carneiro destacou a grandeza moral de suas decisões do Judiciário mineiro, lamentando a lacuna que agora fica no Tribunal com a saída da desembargadora, “que nos deixa seu exemplo de honradez e dignidade”.
O vice-presidente Financeiro da Amagis, desembargador Alberto Diniz Junior, representou o presidente da Associação, desembargador Maurício Soares. Membro da 11ª Câmara, Alberto Diniz falou da admiração pelo jeito de ser da desembargadora Mariza Porto, que engrandece e enriquece a magistratura mineira.
Ele destacou a importância da presença e da participação da magistrada e de toda a classe na vida associativa. “Precisamos nos unir para manter, com dignidade, aquilo que nos pertence e que foi duramente conquistado”, disse o desembargador ao abordar a necessidade da defesa permanente das prerrogativas dos magistrados mineiros. Em seguida, o desembargador Alberto Diniz entregou uma placa da 11ª Câmara Cível em homenagem e agradecimento à magistrada.
Em nome dos colegas da Câmara, a desembargadora Shirley Bertão afirmou que Mariza Porto é uma mulher à frente de seu tempo. Lembrou o início da carreira da desembargadora, quando exerceu com maestria os papéis de mãe e magistrada, e destacou o jeito de ser da homenageada, que demonstra o tempo inteiro que ninguém precisa ser arrogante para ser respeitado. Para finalizar, a desembargadora Shirley Bertão recitou o poema de Cora Coralina, intitulado “Sou feita de retalhos” e afirmou: “Tenha certeza que deixará diversos retalhos na vida de todos nós”.
Todos os colegas aderiram às manifestações de carinho e homenagens à desembargadora Mariza Porto, destacando sempre, em todos os discursos, o jeito ameno, alegre e acolhedor da magistrada, preocupada com o bem-estar de todos à sua volta.
Presidindo a sessão de homenagem, ao lado do desembargador presidente da Câmara, Marcos Lincoln, o desembargador Alexandre Santiago agradeceu às merecidas manifestações desejando êxito na nova etapa da vida da desembargadora Mariza Porto.
Gratidão
Mariza Porto iniciou seu discurso lembrando-se de sua trajetória e das peculiaridades de cada comarca pela qual passou. “Nunca olhei um processo como um amontoado de papel, mas sim como pessoas que precisavam de uma decisão”, disse.
Ao final de seu discurso, Mariza Porto lembrou do conselho que recebeu de sua mãe quando entrou para a Magistratura. Ao entregar-lhe a carta encíclica de João XXIII, a mãe disse: minha filha, faça pelo seu próximo o que Deus tem feito para você. Porque um dia Ele vai te perguntar o que você fez com o que Ele te deu na vida. “Eu fiz o melhor que pude”, afirmou a magistrada.
De acordo com Mariza Porto, todos temos o tempo de chegar e o tempo de sair. Ela agradeceu a toda sua família, especialmente a suas duas filhas, que sempre estiveram presentes em toda sua trajetória, e finalizou com o pensamento: “Olhar para trás e agradecer a Deus; olhar para frente e confiar em Deus; olhar para os lados e servir a Deus e olhar para dentro e sentir a imensa presença de Deus na minha vida”, disse.
Currículo
A desembargadora Mariza de Melo Porto, natural de Patos de Minas, é bacharel em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É especialista em direito processual civil, com pós-graduação na Fundação Escola Superior do Ministério Público e na Unifenas. Ingressou na magistratura em 1989 e trabalhou nas comarcas de Bicas (Vara Única), Diamantina (1ª Vara), Ponte Nova (Vara Criminal e Menores), Barbacena (3ª Vara Cível e Menores) e Belo Horizonte (28ª Vara Cível, 4ª Vara de Sucessões e 31ª Vara Cível). Foi juíza auxiliar da Corregedoria-Geral de Justiça, juíza auxiliar da Corregedoria Regional Eleitoral e ouvidora do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG). Tomou posse como desembargadora do TJMG no dia 3 de junho de 2013.