gcommodaroentrevista.jpgGianfranco Commodaro é diretor da Fundação Avsi em Minas Gerais, uma organização não governamental, presente em 37 países, que atua em diversos campos com o intuito de promover a dignidade humana. Com essa filosofia, a fundação apoia o trabalho das Apcs em Minas Gerais, com foco na recuperação e reintegração dos presos. Em entrevista à Amagis, Commodaro fala desta parceria e nos conta sobre experiência semelhante na Itália.

Como a Fundação Avsi reconhece o trabalho das Apacs?
Hoje, as Apacs são reconhecidas em vários países por ser um método diferente da prisão convencional, com resultados melhores, o que a faz ser pioneira no Brasil. Desta forma, os organismos internacionais e os outros estados, conhecendo a experiência das Apacs, estão atraídos por esse sistema. Há três ou quatros anos, o Departamento de Direitos Humanos da União Europeia, tendo conhecimento desta ótima experiência, começou a financiar ações específicas, junto ao Tribunal, definindo algumas atividades de gestão, formação e aprimoramento das atividades produtivas, como a formação profissional de recuperandos.

A fundação Avsi pretende levar este modelo para outros países?
A fundação está apoiando e consolidando a experiência de Minas Gerais e divulgando no mundo, apresentado o método para todos os países da União Europeia, além da troca de experiência com outros métodos, como o da Itália.

Como é a experiência italiana de humanização da pena dos condenados?
Em Pádua, na Itália, existe uma experiência muito bonita, em um presídio de segurança máxima, com uma estrutura nova, onde temos muitos com penas máximas. Dentro dessa penitenciária existem unidades produtivas de grandes empresas, onde os presos são colocados para produzir, por exemplo, bicicletas, malas e até pen-drives. Dessa forma, os detentos trabalham profissionalmente, aprendendo um ofício, e recebem um salário para poder sustentar sua família. Desta forma, ele se sente protagonista de sua própria vida.