O governador em exercício de Minas Gerais, desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho, assinou nesta terça-feira, 7 de novembro, Termo de Vinculação do Edifício Tancredo Neves ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A solenidade foi realizada na Cidade Administrativa e contou com a presença de autoridades dos três poderes. O presidente da Amagis, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, e a vice-presidente da AMB, e vice-presidente Administrativa da Amagis, juíza Rosimere das Graças do Couto, estiveram presentes, ao lado de magistradas e magistrados mineiros.

No edifício Tancredo Neves, conhecido como Rainha da Sucata, funcionará a sede da Orquestra Jovem e do Coral Infanto-Juvenil do TJMG. O prédio fica na Praça da Liberdade, em área tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), em 1977. Durante quase dez anos, o prédio que tem entrada pela avenida Bias Fortes, abrigou o Museu de Mineralogia Djalma Guimarães.

Cultura

O projeto da Orquestra Jovem e o Coral infanto-juvenil do TJMG atende especialmente a meninos e meninas em situação de vulnerabilidade social residentes em abrigos e comunidades e vítimas de violência. A partir deste ano de 2023, passou a atender também a crianças, adolescentes e jovens com diferentes histórias de vida, levando em consideração a singularidade de cada um. O objetivo do projeto, que é coordenado pelo desembargador Wagner Wilson, é oferecer formação musical e contribuir para o desenvolvimento de habilidade sociais e emocionais dos alunos.

Para o desembargador Wagner Wilson, a cessão do edifício Tancredo Neves é um presente para as crianças que compõem a orquestra e o coral do Tribunal. “Esta é uma conquista do Tribunal e um prêmio para as crianças que darão retorno para a população de Belo Horizonte com as apresentações e manifestações culturais que farão. Atualmente, estamos em um espaço muito pequeno. Antes, tínhamos 45 integrantes do projeto e hoje são 420 crianças, ao todo”, comemorou o magistrado explicando que até o início do próximo ano, o projeto já ocupará a nova sede.

O governador em exercício do Estado, desembargador José Arthur de Carvalho, agradeceu a todos que contribuíram para que o termo de vinculação do edifício fosse possível e agradeceu também ao desembargador Wagner Wilson idealizador e coordenador da Orquestra e do Coral. “Nossas expectativas são de que com seus instrumentos e suas vozes, os meninos e meninas integrantes da Orquestra e do Coral possam levar um sopro de esperança, leveza e beleza ao entorno da Praça da Liberdade, irradiando, a partir dali o sonho coletivo da construção de um mundo mais solidário, inclusivo, igualitário e repleto de arte”, disse.

A Secretária adjunta de Cultura do Estado, Josiane de Souza, representou na solenidade o secretário da Pasta, Leônidas Oliveira. Em seu discurso ela falou sobre a importância da assinatura do documento, “que reforça a parceria entre o Governo de Minas e o Tribunal de Justiça, que juntos dão sentido ao pilar primordial da missão de promover a cultura, a educação e o acesso à arte”. A secretária apresentou texto enviado pelo secretário Leônidas, que agradeceu ao Tribunal de Justiça pelo fomento que oferece à cultura do Estado. “Num mundo de fragmentos em todos os sentidos, onde parecem surgir uma desglobalização mundial, é a cultura uma das únicas capazes de unir corações, promover a coesão social e o sentimento de pertencimento”, afirmou.

A vice-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputada Leninha, participou do evento e parabenizou o governo de Minas pela cessão do edifício que terá destinação importante, segundo a parlamentar, mantendo a identidade com projeto voltado para políticas públicas e culturais.

Apresentação

Durante a solenidade de assinatura do Termo, o Coral e a Orquestra apresentaram o concerto dos 150 anos do TJMG. O repertório incluiu canções como “Seio de Minas” (Paula Fernandes), “O Trenzinho do Caipira” (Villa-Lobos), “Aquarela" (Toquinho), “Chega de Saudade” (Tom Jobim) e “Maria, Maria” (Milton Nascimento).

A maestrina e coordenadora pedagógica do Coral e da Orquestra, Luciene Villani falou da honra em receber a nova sede para o trabalho desenvolvido com as crianças e adolescentes. “Nosso instrumento é a música, mas também formamos pessoas e trabalhamos com o atendimento e acolhimento dessas crianças e adolescentes. Estar na Praça da Liberdade, junto à cultura do nosso Estado, é para nós uma honra e uma inspiração”, afirmou.

Projeto

O Coral Infantojuvenil e a Orquestra Jovem do TJMG foram criados em 2011. Inicialmente, o projeto atendia 20 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Atualmente, são mais de 400 participantes. Os integrantes são meninos e meninas em situação de vulnerabilidade social, com idades entre 6 e 18 anos, que vivem em abrigos e comunidades de Belo Horizonte e Região Metropolitana.

Os integrantes do projeto têm aulas de iniciação musical, canto coral, prática de orquestra, percussão e instrumentos variados, como viola, violão, violoncelo, flauta, piano, teclado, dentre outros. O objetivo da iniciativa é educar por meio de metodologias que promovam o desenvolvimento artístico e humano.

No ano passado, a Orquestra Jovem e o Coral Infantojuvenil passaram a integrar o TJMG Cultural, programa que busca aproximar o Judiciário mineiro da sociedade, por meio de eventos artísticos, literários, culturais e de lazer.